HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA malária é um grave problema de saúde pública no mundo; a doença é transmitida através da picada do mosquito Anopheles, sendo que três espécies do protozoário que circulam no Brasil e podem causar a malária humana: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. A transfusão sanguínea é uma das formas de transmissão da doença, inclusive no Brasil. Desde outubro de 2022, o Ministério da Saúde instituiu a triagem molecular de malária em todas as doações de sangue do Brasil. O laboratório NAT do HEMORIO foi o primeiro hemocentro brasileiro a receber a plataforma NAT PLUS, implementando o teste de malária ao seu plantel que já detectava HIV e as Hepatites B (HBV) e C (HCV) na triagem dos doadores de sangue no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
ObjetivosAvaliação do teste NAT para Malária no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Material e MétodosO teste molecular utilizado foi o KIT NAT PLUS HIV/HBV/HCV/MALÁRIA, produzido por Bio-Manguinhos/FIOCRUZ. A testagem foi feita pools de 6 amostras de plasma, quando o resultado é positivo, as amostras que compõe o pool são testadas individualmente. As amostras confirmadamente positivas são enviadas para Biomanguinhos, para determinação da espécie de Plasmodium, pela técnica de qPCR.
ResultadosApós a sua instalação em agosto de 2022, foram testadas 864.480 bolsas com detecção da presença do Plasmodium spp em 14 doadores (prevalência: 1: 61.748 doações). Sendo 12 doadores no Estado do Rio de Janeiro-RJ, destes, 8 casos foram de P. malariae e 4 casos de P. vivax. E 2 casos de doações do Espirito Santo-ES, sendo 1 caso de P. malariae e 1 casos de P. vivax.
Discussão e ConclusãoOs resultados deste trabalho corroboram a eficácia de implementação de detecção de malária nos hemocentros públicos como estratégia fundamental para o aumento da segurança transfusional, demonstrando também a importância de monitoramento em áreas não endêmicas para malária. A inclusão do teste NAT para Malária também permitiu a redução do período de inaptidão de 12 (doze) meses para 30 (trinta) dias dos doadores assintomáticos que estiveram em áreas endêmicas. Estudos epidemiológicos têm ressaltado a importância da malária em regiões endêmicas e não endêmicas e, por esse motivo, entende-se que a inclusão deste novo alvo representou uma importante ferramenta na prevenção da transfusão de bolsas contaminadas por este patógeno, aumentando a segurança transfusional e a disponibilidade de sangue em nível nacional.




