HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA hemofilia A é uma coagulopatia hereditária que exige cuidados contínuos, especialmente em casos graves e em contextos de vulnerabilidade social. Na região amazônica, barreiras geográficas e socioeconômicas desafiam o acesso à saúde. O uso do emicizumabe tem representado um avanço importante no manejo de pacientes com inibidores ou baixa adesão ao tratamento convencional. A visita domiciliar multiprofissional constitui uma estratégia de cuidado integral, fortalecendo o vínculo entre equipe e usuário.
ObjetivosRelatar a experiência de uma visita técnica domiciliar realizada por profissionais da Fundação HEMOPA, com foco na prática multiprofissional e nos desdobramentos do cuidado em um caso de hemofilia A grave em uso de Emicizumabe, residente em zona rural da Amazônia Paraense.
Material e métodosTrata-se de um relato de experiência de abordagem qualitativa, fundamentado em observação direta, escuta qualificada e diálogo com os cuidadores durante visita técnica realizada em março de 2025. A equipe multiprofissional foi composta por assistente social, psicóloga, enfermeira e médica hematologista. As ações foram pautadas nos princípios da integralidade do cuidado, humanização e territorialização.O estudo seguiu os preceitos éticos da Resolução n° 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, com garantia de sigilo, não identificação do sujeito e respeito à dignidade humana.
ResultadosA visita permitiu à equipe conhecer a realidade de uma família residente em local de difícil acesso e em situação de alta vulnerabilidade social. O contato direto possibilitou a análise das condições de vida, rotinas de cuidado e adesão ao tratamento. O paciente encontrava-se em uso de emicizumabe, com melhora clínica significativa, ausência de sangramentos recentes e reinserção progressiva nas atividades cotidianas. Foram identificadas demandas sociais e psicossociais que foram orientadas e encaminhadas à rede local, fortalecendo a rede de apoio e o cuidado compartilhado.
Discussão e conclusãoA experiência demonstrou a importância da atuação presencial da equipe de saúde nos territórios, especialmente em regiões remotas. O olhar multiprofissional possibilitou a escuta das necessidades da família, o acolhimento das fragilidades e o fortalecimento do vínculo terapêutico. A visita também permitiu aos profissionais ampliar sua compreensão sobre os determinantes sociais da saúde e os efeitos do cuidado humanizado na adesão ao tratamento. A visita domiciliar multiprofissional revelou-se uma estratégia eficaz para o cuidado integral de pacientes com hemofilia A grave em regiões de difícil acesso. Em contextos como o da Amazônia Paraense, a atuação sensível, ética e territorializada dos profissionais de saúde é essencial para promover equidade, adesão terapêutica e qualidade de vida, reforçando os princípios do SUS.




