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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S340 (outubro 2024)
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UTILIZAÇÃO DE PAINEL NGS NO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS MIELOIDES
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MHA Campos, AWA Almeida, MK Lima, JG Assumpção
Geneticenter – Centro de Genética Ltda., Nova Lima, MG, Brasil
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HEMO 2024

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Objetivos

Avaliar o perfil dos pacientes e os resultados de Painéis NGS Mieloide coletados em um laboratório privado de MG, Brasil.

Material e métodos

Extração de DNA de sangue total ou medula óssea, amplificação das regiões de interesse, preparo de biblioteca e Sequenciamento de Nova Geração (NGS). Os resultados foram analisados com software da Sophia DDM (Sophia Genetics) ou Genexus™ Software. Para pesquisa de mutações pontuais/indels, foi avaliada a região codificante de 17 genes: ASXL1, BCOR, CALR, CEBPA, ETV6, EZH2, IKZF1, NF1, PHF6, PRPF8, RB1, RUNX1, SH2B3, STAG2, TET2, TP53 e ZRSR2; além de hotspots de 23 genes: ABL1, BRAF, CBL, CSF3R, DNMT3A, FLT3, GATA2, HRAS, IDH1, IDH2, JAK2, KIT, KRAS, MPL, MYD88, NPM1, NRAS, PTPN11, SETBP1, SF3B1, SRSF2, U2AF1 e WT1. A fração alélica mínima foi de 5%.

Resultados

Foram realizados 98 testes de Painel NGS Mieloide entre fevereiro de 2022 e maio de 2024. Dentre 94 pacientes que fizeram o teste uma única vez, a mediana de idade foi de 60 anos. Quarenta e nove pacientes eram do sexo feminino e 45 do sexo masculino. Sessenta e cinco análises foram feitas em medula óssea (69,2%) e vinte e nove em sangue periférico (30,8%). As hipóteses diagnósticas mais comuns foram: LMA de novo ou SMD (67,0%), LMA/SMD secundária (9,6%), LMA Recidiva (9,6%). Outros achados menos comuns foram: Plaquetopenia, Anemia, Leucemia Mielomonocítica Crônica, Neoplasia Mieloproliferativa BCR::ABL negativa, Mieloma múltiplo, Citopenia clonal de significado incerto. De acordo com a suspeita clínica marcada no questionário, observou-se que para LMA de novo (n = 32), as mutações nos genes que têm impacto na classificação e/ou uso de drogas alvo tiveram as seguintes frequências: CEBPa (12,5%), NPM1 (6,3%), TP53 (6,3%), ASXL1 (25,0%), BCOR (3,1%), EZH2 (18,8%), RUNX1 (21,9%), SF3B1 (0,0%), SRSF2 (9,4%), STAG2 (3,1%), U2AF1 (6,3%), ZRSR2 (6,3%), FLT3 (31,3%), IDH1 (9,4%), IDH2 (15,6%) e KIT (3,1%). Para SMD (n = 27), as frequências foram: TP53 (11,1%), ASXL1 (11,1%), BCOR (0,0%), EZH2 (7,14%), RUNX1 (7,4%), SF3B1 (22,2%), SRSF2 (11,1%), STAG2 (0,0%), U2AF1 (3,7%), ZRSR2 (3,7%). Foi observado que alguns genes estavam mutados somente nas suspeitas de LMA (CEBPa, FLT3, IDH2, WT1) e o gene SF3B1 somente na hipótese de SMD. Mutações DTA (DNMT3, TET2 e ASXL1) estavam presentes em 31,3% das LMA (sendo ASXL1 o mais mutado) e em 37% das SMD (sendo o DNMT3A o mais mutado). Mutações em TP53 foram encontradas em 12 pacientes dentre o total (12,8%), com hipóteses clínicas variadas.

Discussão

O perfil mutacional foi diferente entre os pacientes com suspeita de LMA e os de SMD. Na LMA, observou-se maior frequência de CEBPa, NPM1, ASXL, EZH2, RUNX1, FLT3 ITD e/ou TKD, IDH2 e WT1 mutados, enquanto na SMD houve maior frequência de TP53 (embora não bialélica) e SF3B1 (sendo este último exclusivo da SMD). Em relação à literatura, as altas frequências de mutações FLT3 e ASXL1 para LMA foram de acordo com o esperado, no entanto observamos baixa frequência de TET2 e NPM1. Para SMD, também ocorreu baixa frequência de mutações TET2.

Conclusão

Nossos achados corroboram com a necessidade de realização de Painel NGS Mieloide para definição de conduta terapêutica dos pacientes com neoplasias mieloides. Em uma série de casos, o perfil genético funcionou como diferencial no diagnóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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