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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S681-S682 (Outubro 2022)
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USO DA SALIVA COMO AMOSTRA BIOLÓGICA NO DIAGNÓSTICO DA COVID-19 POR RT-PCR
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LM Andradea,b, W Lau-Juniora,b, RAM Oliveiraa,b, ES Rodriguesb, EV Santosa, JS Borgesb, M Evaristob, AA Marquesb, AD Baccarinb, J Milhomensb, PMM Garibaldic, NN Ferreirac, GR Moraesc, LD Macedob, RT Caladob, M Borgesc, MCE Sabbagaa, SCS Vessonia, DT Covasa,b, S Kashimab
a Fundação Butantan, Butantan, SP, Brasil
b Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil
c Hospital Estadual de Serrana (HESerrana), Serrana, SP, Brasil
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Introdução

O padrão-ouro para o diagnóstico de COVID-19 é o teste molecular que permite a detecção de ácidos nucleicos de SARS-CoV-2 em amostras de swab Nasofaríngeo (NPS). A detecção precoce seguida do isolamento dos indivíduos infectados desempenha um papel crucial para impedir a propagação da infecção e o controle da pandemia. No entanto, a coleta de NPS é invasiva e desconfortável para os pacientes, requer profissionais de saúde especializados e pode ser um risco de infecção cruzada para esses profissionais. Desta forma, avaliar outras fontes de material biológico, tal como a saliva, é fundamental para facilitar o diagnóstico de COVID-19.

Objetivo

O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso da saliva como amostra biológica para a detecção do RNA do SARS-CoV-2 e sua estabilidade pós coleta.

Material e Métodos

Foram coletadas 954 amostras de saliva (5 mL) e de swab nasofaríngeo (NPS) de indivíduos entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021 e analisadas em diferentes tempos (24h, 48h, 72h, 5 dias e 10 dias) após a coleta. As amostras de saliva foram armazenadas em temperatura de 2° a 8°C e extraídas puras e diluídas em solução salina na proporção 1:1. A extração do RNA foi realizada em extrator automático de ácidos nucléicos (Extracta, Loccus) e o diagnóstico molecular do SARS-CoV-2 foi realizado com o kit Gene Finder™ COVID-19 Plus RealAmp (OSang Healthcare). A idade média dos participantes foi de 37 anos (8 a 83 anos de idade) e a maioria dos indivíduos 738 (77,3%) foram não-detectáveis e apenas 216 (22,7%) foram detectáveis para SARS-CoV-2. Entre os detectáveis, 96 (44,4%%) eram do sexo masculino e 120 (55,6%) do sexo feminino. A positividade na saliva foi posteriormente comparada com os resultados do NPS bem como a carga viral ou ciclo de limiar de amplificação (Ct).

Resultados e Discussão

A análise dos testes com a saliva e NPS demonstrou concordância nos resultados de 210 (97%) pacientes detectáveis para COVID, em apenas 2,7 % (6/216) dos casos o SARS-CoV-2 foi detectado somente no NPS. Todos os participantes com resultado positivo para a RT-PCR apresentaram sintomas relacionados à COVID-19, sendo os mais comuns: tosse seca (19%), dor de cabeça (16%), coriza e dor de garganta (11%) e diarréia (8%). As amostras de salivas apresentaram estabilidade até o décimo dia após a coleta do material biológico, sem diferença de detecção do RNA viral entre a amostra de saliva pura e saliva diluída. Esses resultados demonstram que as amostras de saliva podem ser transportadas e armazenadas em temperatura de 2° a 8°C, e processadas em até 10 dias após a coleta.

Conclusão

Os resultados mostraram que a saliva é uma alternativa para a detecção de SARS-CoV-2. É uma amostra biológica confiável, não invasiva, de fácil coleta e com resultados similares aos obtidos com amostras de NPS. É uma alternativa que facilitaria a coleta em lugares com baixo suprimento de swabs nasofaríngeos e regiões distantes de laboratórios especializados, uma vez que pode ser analisada até 10 dias após a coleta. Dessa forma, podemos concluir que a saliva pode ser utilizada com segurança para o diagnóstico de COVID-19.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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