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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 564 (novembro 2020)
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951
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ULTRASSONOGRAFIA DE TÓRAX NO DIAGNÓSTICO DE COVID-19 EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA FALCIFORME (DF)
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P.P.M.G. Vieira, J.A.P. Braga, R. Regacini
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo: Identificar as alterações pulmonares compatíveis com pneumonia viral em pacientes com DF e COVID-19 por meio da ultrassonografia de tórax (USGT). MÉTODOS: Descrição de cinco casos confirmados de COVID-19 em crianças com DF e análise dos achados de radiografia de tórax (RXT), USGT e tomografia computadorizada de tórax (TCT).

Resultados: Todos os pacientes foram diagnosticados com COVID-19 por meio de swab de nasofaringe (RT-PCR).

Caso 1: Menina,10 anos de idade, anemia falciforme (AF), apresentando dor cervical de forte intensidade, Saturação de O2 (So2) de 88% e febre. RXT - discreto espessamento peribroncovascular bilateral; USGT - aeração normal dos lobos superiores com linhas A e presença de múltiplas linhas B em lobos inferiores, principalmente à direita. TCT-aeração normal dos lobos superiores e múltiplos focos de consolidação com padrão em vidro fosco do lobo inferior direito.

Caso 2: Menina, 16 anos de idade, AF, com dor lombar de forte intensidade e So2 de 88%. RXT - consolidações basais bilaterais; USGT - irregularidades pleurais e consolidações subpleurais em ambas as bases pulmonares;TCT - atelectasias e consolidações peribroncovasculares e nas bases pulmonares, predominantemente posteriores.

Caso 3: Menino, sete anos de idade, hemoglobinopatia SC, com quadro de dor em membros inferiores de forte intensidade e So2 de 90%. RXT - opacidades peribroncovasculares bilaterais e opacidade retrocardíaca esquerda; USGT - linhas B coalescentes e múltiplas consolidações subpleurais bilaterais predominando em regiões póstero-inferiores; TCT - consolidações peribrônquicas em pulmão esquerdo, associadas a opacidades em padrão de vidro fosco em regiões póstero-inferiores bilaterais.

Caso 4: Menino, 10 anos de idade, AF, apresentando febre, tosse, dor torácica e So2 de 90%. RXT - infiltrado peribroncovascular bilateral; USGT - linhas B esparsas e discretas irregularidades pleurais em ambas as regiões inferiores com predomínio nas regiões posteriores e linhas A nas demais regiões. TCT - discretas atelectasias em regiões póstero-inferiores e aeração pulmonar normal dos demais campos pulmonares.

Caso 5: Menino,16 anos de idade, AF, com dor torácica de forte intensidade, febre e So2 de 95%. RXT - infiltrado peribroncovascular bilateral; USGT - linhas A e linha pleural regular em todos os campos pulmonar; TCT - discretas atelectasias posteriores bilaterais.

Discussão: Na faixa etária pediátrica, a maioria dos casos de COVID-19 cursa com sintomas leves e apresentação variável. Estudos realizados durante a pandemia têm demonstrado que a USGT apresenta achados que correspondem aos encontrados em TCT e com sensibilidade e especificidade superiores à RXT para avaliação do acometimento pulmonar da COVID-19. Paralelamente, há evidências de superioridade da USGT para avaliação de pneumonias. Dessa forma, A USGT se apresenta como alternativa válida para avaliação e seguimento de complicações da COVID-19 com as vantagens de menor exposição à radiação ionizante, menores risco de contaminação em diferentes ambientes, tanto ao paciente quanto à equipe assistente e facilidade de realização.

Conclusão: Nos casos apresentados observamos que a USGT permitiu uma avaliação precoce do acometimento pulmonar com achados compatíveis aos encontrados na TCT em paciente pediátricos com doença falciforme e vantagem de ser realizada à beira do leito.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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