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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S611 (outubro 2024)
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TROMBOPROFILAXIA HOSPITALAR EM GESTANTES DE BELO HORIZONTE: AVALIAÇÃO DO PROTOCOLO FEBRASGO
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286
GM Carvalhoa, LCM Pintoa, GS Peresb, JW Rennóc, CLS Laranjeiraa,b, RZA Pintoa,b, LL Jardima
a Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b Hospital Mater Dei, Belo Horizonte, MG, Brasil
c Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

O Tromboembolismo Venoso (TEV) é uma das principais causas de morbimortalidade materna. Em 2021, a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), implementou um protocolo para prevenção de complicações tromboembólicas em pacientes ginecológicas e obstétricas, através de um escore que pontua determinados fatores de risco, classificando as pacientes de acordo com o risco de desenvolvimento desta complicação.

Objetivos

Descrever a aplicação do protocolo FEBRASGO e avaliar a necessidade de tromboprofilaxia em gestantes e puérperas em uma rede de hospitais de Belo Horizonte/MG.

Material e métodos

Estudo transversal, quantitativo, conduzido em três hospitais privados da região metropolitana de Belo Horizonte, pertencentes a mesma rede. Foram incluídas gestantes e puérperas atendidas entre janeiro e março de 2024, com 18 anos ou mais, que seguiram o protocolo de tromboprofilaxia da FEBRASGO, excluindo-se aquelas com condições pré-existentes que impossibilitaram sua aplicação. Os dados clínicos e sociodemográficos foram coletados a partir do prontuário das pacientes e a investigação do prognóstico foi realizada através de entrevistas telefônicas padronizadas, 90 dias após o parto. O protocolo recomenda profilaxia farmacológica para pacientes com escore ≥3. Ainda, foi realizada uma avaliação qualitativa sobre a aplicabilidade e facilidade de compreensão do Protocolo.

Resultados

Foram incluídas 933 mulheres, com mediana de idade de 34 anos (Intervalo interquartil 30‒37). Um total de 40 (4%) mulheres pontuaram como alto risco para TEV e 76 (8%) como risco médio. A tromboprofilaxia foi realizada em 48 (5%) mulheres, sendo que 44/48 (92%) receberam Enoxaparina (40/60mg) e 20/48 (42%) usaram por mais de 4 dias. Um total de 25 (3%) pacientes (Escore < 3) receberam tromboprofilaxia de forma inadequada, sendo 15/25 (60%) classificadas como baixo risco. Uma paciente de alto risco, que havia recebido profilaxia, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi internada no Centro de Tratamento Intensivo. A paciente possuía histórico de tromboprofilaxia não classificada e AVC prévio. Até o momento, 652 mulheres foram contatadas e nenhum evento tromboembólico após a internação foi relatado.

Discussão

Este é o primeiro estudo que avaliou o protocolo FEBRASGO em gestantes e puérperas. A maioria (88%) das mulheres incluídas foram classificadas como baixo risco e, até o momento, uma participante de alto risco teve evento embólico. Foram identificadas prescrições de profilaxia arbitrárias, especialmente em pacientes com mais de 40 anos, mesmo sem outros fatores de risco. A classificação de cesárea de urgência, pacientes ainda em investigação de trombofilias e portadores de mutações não abordadas, como MTHFR e PAI-1, foram situações que suscitaram dúvidas na aplicação do protocolo. A amostra não probabilística é uma importante limitação deste estudo.

Conclusão

Observamos que o Protocolo FEBRASGO foi, na maioria dos casos, aplicado corretamente para prevenção de TEV em gestantes e puérperas da rede de hospitais em questão. Entretanto, diretrizes clínicas e cirúrgicas gerais, que desconsideram particularidades importantes inerentes às gestantes, ainda são seguidas. A análise da efetividade do protocolo será realizada após finalização das entrevistas e poderá ser apresentada no congresso.

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FAPEMIG.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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