Introdução: Rituximabe é um anticorpo monoclonal quimérico direcionado contra a proteína CD20 utilizado para o tratamento de diversas patologias, tais como os Linfomas de células B, em monoterapia ou parte do esquema quimioterápico. Além disso, também é considerado, em segunda linha, opção terapêutica de trombocitopenia imune. A ocorrência de trombocitopenia aguda induzida após Rituximabe é rara. Objetivo: Relatar um caso raro de trombocitopenia aguda pós Rituximabe em paciente com diagnóstico de Linfoma Não-Hodgkin (LNH) de Zona Marginal. Relato de caso: Mulher, 71 anos, previamente hígida com histórico de perda ponderal não aferida e esplenomegalia. Na investigação apresentou os seguintes exames: hemoglobina de 10,1 g/dL; leucócitos 1.980/mm3; Plaquetas 112.000/mm3; Ressonância Nuclear Magnética abdominal com linfonodomegalias e baço de dimensões aumentadas medindo 22 cm no maior eixo; PET-CT evidenciando aumento de atividade metabólica em esplenomegalia compatível com infiltração linfomatosa com SUV 3,1; estudo medular compatível com Linfoma de Zona Marginal. Paciente foi submetida a tratamento com Rituximabe 375 mg/m2. Durante infusão, a paciente apresentou desconforto respiratório e dessaturação leves, sem demais intercorrências e cessaram ao pausar a infusão e retorná-la em seguida. Em hemograma de rotina, realizado logo após término da infusão de Rituximabe, paciente apresenta plaquetas de 7.000/mm3, repetida e confirmada, sendo optado por transfusão de plaquetas 01 UI/10kg/peso. Durante seguimento apresenta melhora progressiva, redução da massa tumoral, sem sangramentos, sem necessidade de terapia específica para a plaquetopenia e atingindo plaquetas de 86.000/mm3 após 10 dias da infusão do Rituximabe. No ciclo subsequente de Rituximabe, a paciente não apresentou o quadro de plaquetopenia, ainda em programação de receber mais duas doses. Discussão: Rituximabe é um agente altamente efetivo utilizado no tratamento em Linfomas de células B e, geralmente, bem tolerado. A neutropenia aguda induzida por ele já foi descrita em alguns casos, no entanto, trombocitopenia aguda é um efeito colateral raro que já foi descrito em poucos casos de pacientes com neoplasias, bem como Linfoma Folicular, Leucemia linfocítica crônica, LNH Zona Marginal, Linfoma do Manto, Tricoleucemia, além de casos como Granulomatoses com poliangeíte, e permanece com sua patogenia incerta, podendo estar associada a carga tumoral. Na literatura estão descritos dispneia, febre, náusea, vômito, cefaleia e flushing como efeitos adversos ao uso de Rituximabe. Pancitopenias também podem ocorrer de semanas a meses após a infusão, porém com uma evolução mais lenta, e normalmente, auto limitada. Dentre os efeitos adversos possíveis ao uso desta medicação, a trombocitopenia é um evento raro, de fisiopatologia ainda não elucidada, porém podendo estar relacionada com altas cargas tumorais. O diagnóstico precoce desta complicação, em geral, evolui com estabilidade clínica, sem consequências graves. A plaquetopenia aguda induzida por Rituximabe pode ser um evento subestimado na literatura, pois o controle com hemograma após a infusão da droga não é usual em pacientes sem repercussões clínicas, sendo neste caso um achado. Conclusão: Com este relato, acreditamos que a contagem plaquetária deve ser considerada em casos selecionados, principalmente quando associados a alta carga tumoral e pacientes com reação ao Rituximabe.
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