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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 1279
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TROCA PLASMÁTICA TERAPÊUTICA EM DOENÇAS NEUROLÓGICAS
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KG Reis, TC Peres Melo Pedro, PA Silva, MP Aquino, TDP Rodrigues, GC Damasceno, FL Lino, AJ Pereira Cortez, JG Marques do Nascimento
Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN), São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A troca plasmática terapêutica é uma modalidade de purificação sanguínea utilizada no tratamento de diversas doenças neurológicas autoimunes e inflamatórias. Por meio da remoção de anticorpos, complexos imunes e outras substâncias patológicas circulantes, esse procedimento pode modular a resposta imune e melhorar significativamente o quadro clínico de pacientes com condições como síndrome de Guillain-Barré, miastenia grave, encefalites autoimunes, entre outras. Seu uso tem se consolidado como uma intervenção eficaz, principalmente em situações agudas e refratárias ao tratamento convencional.

Objetivos

Avaliar o perfil epidemiológico, indicações e resposta ao tratamento dos pacientes submetidos à troca plasmática terapêutica com diagnóstico de doenças neurológicas.

Material e métodos

Estudo retrospectivo observacional, que avaliou 13 pacientes consecutivos submetidos à troca plasmática terapêutica no Hospital Municipal Doutor Arthur Ribeiro de Saboya de Janeiro 2024 a Julho 2025. Todos os procedimentos foram realizados UTI, com acesso central e na máquina de Plasmaférese da Haemonetics MCS® por profissional devidamente capacitado e treinado do serviço de Hemoterapia da COLSAN.

Discussão e conclusão

Dos 13 pacientes avaliados, 10 eram do sexo feminino e três do sexo masculino, a média de idade foi de 45 anos, o diagnóstico mais frequente foi de Mielite Transversa com 46% dos casos, seguida de encefalite anti-NMDA com 30% dos casos. A principal indicação do procedimento foi por falha terapêutica ao tratamento convencional e 54% dos pacientes estavam classificados como categoria I pela ASFA. A albumina foi o fluido de reposição utilizado em 100% dos procedimentos e a troca foi sempre de no mínimo uma volemia plasmática. No total foram realizados 75 procedimentos (5‒10) e a média foi de 5,7 procedimentos por paciente. Nenhum paciente apresentou evento adverso grave ao procedimento, a hipocalcemia secundaria ao uso do anticoagulante foi um sintoma observado em menos da metade dos pacientes e somente um paciente necessitou de infusão continua de cálcio durante o procedimento. A resposta ao tratamento foi considerada adequada em 69% dos casos, com melhora dos sintomas a partir da segunda sessão. A troca plasmática tem se mostrado uma ferramenta terapêutica valiosa no manejo de doenças neurológicas de origem autoimune ou inflamatória, principalmente em fases agudas e refratárias. O mecanismo de ação baseia-se na remoção de anticorpos patogênicos, citocinas inflamatórias e outros mediadores imunes circulantes, contribuindo para a interrupção do processo patológico. No entanto, a resposta ao tratamento pode variar conforme o momento de início da terapia, gravidade do quadro e comorbidades associadas. Além disso, apesar de geralmente bem tolerada, a técnica requer internação em unidade intensiva, acesso venoso central e monitoramento rigoroso devido ao risco de complicações, como hipotensão, distúrbios eletrolíticos e infecções associadas ao acesso venoso. A troca plasmática é uma estratégia eficaz e segura no tratamento de diversas doenças neurológicas imunomediadas. No nosso serviço o início precoce do tratamento e o acompanhamento multidisciplinar foi fundamental para otimizar os resultados clínicos e minimizar riscos associados ao procedimento.

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Referências:

  • Padmanabhan A, Connelly-Smith L, Aqui N, et al. Guidelines on the use of therapeutic apheresis in clinical practice: the 8th special issue. J Clin Apher. 2019;34(3):171-354. doi:10.1002/jca.21705.

  • Osman C et al. Plasma exchange. Pract Neurol. 2020.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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