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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S12 (outubro 2024)
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TRATAMENTO HOSPITALAR DAS ANEMIAS NUTRICIONAIS: UM PANORAMA DO ESTADO DO PARÁ
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KVD Padilhaa, AKP Camarãoa, LSD Santosa, KJ Sousaa, KS Kerra, RB Tirapellea, VLS Teodoroa, SO Amorima, NFC Silvaa, KOR Borgesb
a Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
b Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), Santarém, PA, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Analisar as internações para tratamento hospitalar das anemias nutricionais no estado do Pará, no período de 2018 a 2023.

Material e métodos

Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo. Os dados foram coletados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, disponível no DATASUS, abrangendo o período de 2018 a 2023 e considerando como procedimento de interesse o tratamento de anemias nutricionais no Pará. Foram analisadas as seguintes variáveis clínicas: número de internações, valor médio das internações, média de permanência, óbitos e taxa de mortalidade. A tabulação e análise dos dados foram realizadas utilizando o software Microsoft Excel 2019.

Resultados

Entre 2018 e 2023, foram registradas 6.721 internações para tratamento de anemias nutricionais no estado do Pará, com valor mínimo em 2020 (1.021) e uma média anual de 1.120 ± 81,9, representando aproximadamente 48% do total de internações para tratamento de anemias nutricionais na região Norte (14.020). A média de permanência das internações no estado foi de 4,4 ± 0,1 dias por paciente. Durante o período, o valor médio gasto por internação aumentou de R$ 293,13 (em 2018) para R$ 369,06 (em 2023), apresentando uma média de R$ 312,0 ± 28,0. Nos seis anos, foram registrados 165 óbitos associados à internação para tratamento de anemias nutricionais, com média anual de 27,5 ± 4,8 óbitos e taxa de mortalidade média de 2,46% ± 0,4%. Tanto o número de óbitos quanto a taxa de mortalidade foram maiores em 2023 (35 e 2,96%, respectivamente) e menores em 2021 (21 e 1,97%).

Discussão

A análise dos resultados revela uma certa estabilidade no número de internações entre 2018 e 2023, com uma leve redução em 2020, o que pode ser reflexo da pandemia de COVID-19, quando as internações hospitalares foram priorizadas para pacientes graves infectados com o SARS-CoV-2. O maior índice de óbitos notificados em 2023 pode ser atribuído à melhoria no diagnóstico precoce e ao acompanhamento dos casos, bem como à admissão de pacientes que não puderam ou não conseguiram buscar atendimento durante a pandemia. Fatores socioeconômicos, como pobreza e insegurança alimentar, estão fortemente relacionados à condição nutricional da população, o que pode explicar o predomínio do estado do Pará no total de internações por anemias nutricionais em relação ao restante da região, considerando as disparidades socioeconômicas que colocam o estado em uma posição crítica no tema. A progressão estável no número de óbitos e na taxa de mortalidade pode sugerir que as ações de enfrentamento à pobreza e à insegurança alimentar no estado ainda são insuficientes. Por outro lado, o crescimento do valor médio gasto por internação pode refletir melhorias nas condições de atendimento.

Conclusão

Observou-se que as internações por anemias nutricionais no estado do Pará nos últimos seis anos apresentaram um padrão sugestivo de estabilidade, o que também se verifica em outras variáveis, como a média de permanência e o número de óbitos. O estado do Pará, o segundo maior da região Norte, concentra quase a metade dos casos de internação por anemias nutricionais na região, um quadro que evidencia a necessidade de reforço nos investimentos destinados à segurança alimentar e à ampliação do acesso aos serviços de saúde.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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