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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S423-S424 (outubro 2024)
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TRATAMENTO DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA COM HIPOMETILANTE E VENETOCLAX: EXPERIÊNCIA DE UM HOSPITAL PÚBLICO BRASILEIRO
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FM Marques, KP Melillo, MDS Pastori, EX Souto, LLM Perobelli
Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - Hospital Brigadeiro, São Paulo, SP, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução

A combinação do inibidor de BCL-2, venetoclax, com agentes hipometilantes, como azacitidina ou decitabina, tem se mostrado uma opção terapêutica promissora para a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), especialmente em pacientes inelegíveis para transplante de medula óssea.

Objetivo

Descrever os tratamentos com hipometilante e venetoclax para pacientes com LMA acompanhados em um hospital público brasileiro.

Método

Estudo observacional retrospectivo através da análise dos prontuários digitais de pacientes adultos atendidos no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini-Hospital Brigadeiro entre junho de 2019 e abril de 2024.

Resultados

Este estudo incluiu 19 pacientes com LMA que receberam uma combinação de terapia hipometilante com venetoclax. Dos pacientes, um foi tratado com decitabina e 18 com azacitidina. Todos receberam profilaxia antifúngica com voriconazol concomitante. A mediana de idade dos pacientes foi de 67 anos (intervalo:29-72), com 10 pacientes (53%) do sexo feminino. A mediana de seguimento foi de 3 meses (2-26). Em relação ao status funcional, 10 pacientes apresentavam classificação ECOG 0. Dez pacientes (53%) eram elegíveis para transplante de medula óssea (TMO). Dez pacientes (53%) apresentavam LMA secundária. Doze pacientes (63%) receberam tratamento no contexto de LMA recidivante/refratária, incluindo 4 com recidiva pós-TMO. De acordo com as diretrizes do European Leukemia Network (ELN) de 2022, a classificação de risco citogenético foi: 1 paciente com risco baixo, 14 com risco intermediário e 3 com risco alto. Em termos de biologia molecular, 7-nenhuma mutação pesquisada, 1-FLT3, 1-CEBPA, 2-inversão 16 CBFB-MYH11 e 2-BCR-ABL. A avaliação molecular não foi realizada em 6 pacientes. Sete pacientes (37%) atingiram resposta completa, sendo que 71% dessas respostas ocorreram no primeiro ciclo e 29% no segundo ciclo. Todos os pacientes que alcançaram resposta completa apresentaram Doença Residual Mínima negativa. A duração média do tratamento foi de 3,16 meses com desvio padrão de 3,15. Atualmente, quatro pacientes continuam em tratamento com o esquema estudado. A toxicidade foi significativa, com 17 pacientes (89%) apresentando toxicidade hematológica grau 4 e 2 pacientes (11%) com grau 3. Neutropenia febril foi observada em 18 pacientes (95%) e um paciente apresentou hepatotoxicidade. Vários pacientes precisaram interromper temporariamente o tratamento devido a eventos adversos, predominantemente citopenias. Nenhum paciente desenvolveu síndrome de lise tumoral. Treze pacientes (68%) evoluíram para óbito, com 11 desses óbitos ocorrendo no contexto de doença refratária. A SG seis meses após o início do tratamento foi de 50%. Não houve diferença de SG em relação ao fato de ser LMA secundária (p = 0,78) ou LMA recaída (p = 0,66). No entanto, a análise mostrou uma diferença significativa em relação ao grupo citogenético (p = 0,016), com todos os pacientes classificados como de alto risco falecendo em menos de 100 dias. Embora a biologia molecular não tenha apresentado um impacto significativo na SG (p = 0,05), é importante notar que a menor frequência na realização dos testes pode ter influenciado esses resultados.

Conclusão

Este estudo no sistema público revelou que a combinação de venetoclax com agentes hipometilantes oferece resultados promissores para pacientes com LMA, embora o uso e o gerenciamento, especialmente os ajustes de dose, sejam complexos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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