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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S60-S61 (Outubro 2021)
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TOXICIDADE HEPATOCELULAR COMO EVENTO ADVERSO IMUNOMEDIADO SECUNDÁRIO AO USO DE NIVOLUMABE EM PACIENTE COM LINFOMA DE HODGKIN CLÁSSICO: RELATO DE CASO
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LB Lanza, LV Cota, NCR Cunha, RL Pacca, SS Fernandes, AHA Resende, LS Oliveira, PCC Bariani, LC Palma
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Com o advento das terapias alvo-dirigidas (TAD) nos últimos anos, tem-se visto o despontar de uma modalidade de tratamento com melhor perfil de toxicidade para patologias como doenças autoimunes e neoplasias sólidas e hematológicas, dentre as quais das últimas, o Linfoma de Hodgkin clássico (LHc). Caracteristicamente as células de Reed-Sternberg do LHc, superexpressam os ligantes PD-L1 e PD-L2 da proteína 1 de morte programada em sua superfície, o que permite a evasão tumoral ao sistema imunológico e garantem sua sobrevivência e crescimento. Dentre as drogas que possuem tal checkpoint como alvo, destaca-se o Nivolumabe, um anticorpo monoclonal anti-PD-1, já previamente liberado para o tratamento de formas avançadas de melanoma e certas neoplasias sólidas, que foi aprovada pela FDA em 2016 e pela Anvisa em 2017 para o tratamento LHc em recidiva ou refratário após transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) autólogo seguido de tratamento com Brentuximabe vedotina (BV), sendo assim a primeira com esse alvo molecular liberada para uso em malignidade hematológica. O uso do Nivolumabe, como descrito em estudos multicêntricos, demonstrou taxa de resposta de 69% e bom perfil de toxicidade, a despeito de proporção significativa (10%) de eventos adversos imunomediados (EAim). Os EAim mais relatados são dermatológicos, endocrinológicos, gastrointestinais e hepáticos, que ocorrem de formas brandas a quadros severos e são classificados em escala específica. Existem diferentes estratégias definidas tanto para o tratamento do EA quanto para seguimento da doença que requer o uso da TAD. Reconhece-se que doenças autoimunes, sobretudo em atividade, são fatores de risco para o surgimento e agravamento das EAim, devendo fazer parte de uma busca ativa prévia ao início das TAD. O relato de caso refere-se a uma paciente do sexo feminino, 22 anos, sem história prévia de doenças autoimunes, com diagnóstico de LHc com acometimento linfonodal cervical, mediastinal e hepático, previamente tratada com quimioterapia (esquemas DHAP e AVD), TCTH autólogo e BV, apresentando refratariedade primária confirmada através de reestadiamento com PET-CT e biópsia, sendo então indicado o início da terapia com Nivolumabe em Abril/2021. Em Maio/2021, compareceu para atendimento no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto - SP, com queixas de náuseas, epigastralgia e dor em hipocôndrio direito. Exames laboratoriais evidenciaram níveis elevados de TGO (314 U/L), TGP (343 U/L), Fosfatase Alcalina (487 U/L) e Gama-Glutamil Transferase (151 U/L) e níveis normais de bilirrubinas, confirmados em reanálise. Descartada hepatite infecciosa através da normalidade de triagem sorológica. Foi instituída terapia com Prednisona 1 mg/kg/dia, com regressão total de sintomas e marcadores previamente alterados. Optado por redução da dose de Nivolumabe e reajuste no intervalo entre as doses, com boa tolerabilidade em avaliações subsequentes. Frente aos dados expostos nesse trabalho, uma vez havendo tendência a crescente disponibilidade de TAD, faz-se necessário o reconhecimento precoce dos fatores de risco - sobretudo eventos autoimunes prévios - para o desenvolvimento de EAim, e sua correta graduação quando de sua ocorrência a fim de otimizar o manejo e definir estratégias para o controle da neoplasia em tratamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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