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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 633
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SOROPREVALÊNCIA DE DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS EM DOADORES DE SANGUE: ANÁLISE RETROSPECTIVA EM SERVIÇO HEMOTERÁPICO DE RESENDE-RJ (2014–2024)
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JM Lopes
Pulsa Rio, Volta Redonda, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A triagem sorológica de doadores é um componente essencial da hemoterapia moderna, visando prevenir a transmissão de infecções como HIV, HBV, HCV, HTLV I/II, sífilis e doença de Chagas. Além de garantir a segurança transfusional, a detecção desses patógenos contribui para a vigilância epidemiológica e formulação de políticas públicas. Apesar da robustez do sistema nacional de triagem, análises regionais são indispensáveis para identificar padrões locais e aperfeiçoar estratégias preventivas.

Objetivos

Investigar a prevalência de marcadores sorológicos para infecções transmissíveis por transfusão sanguínea em doadores atendidos no município de Resende-RJ, entre 2014 e 2024, com o intuito de caracterizar o perfil epidemiológico local e reforçar estratégias voltadas à segurança transfusional.

Material e métodos

Este estudo retrospectivo, descritivo e quantitativo analisou aproximadamente 5.000 doações de sangue registradas no Hemonúcleo de Resende-RJ entre janeiro de 2014 e abril de 2024. Foram incluídos candidatos de ambos os sexos, entre 18 e 65 anos, submetidos à triagem clínica e sorológica padronizada. As amostras foram testadas para HIV 1/2 (ELISA 4ª geração), HBsAg e anti-HBc (HBV), anti-HCV (HCV), HTLV I/II, sífilis (VDRL ou teste rápido) e doença de Chagas (anti-T. cruzi). Os dados foram extraídos de registros institucionais, organizados em planilhas eletrônicas e analisados por estatística descritiva. A taxa global de soropositividade foi de 4,2%, com destaque para a hepatite B (2,23%), seguida de sífilis (0,86%), doença de Chagas (0,43%), HIV 1/2 (0,31%), HTLV I/II (0,21%) e HCV (0,16%). A maior prevalência foi observada entre doadores do sexo masculino, com idade entre 25 e 39 anos. A persistência de marcadores para HBV e sífilis reforça a necessidade de estratégias educativas, enquanto a estabilidade dos índices sugere efetividade dos critérios clínicos e laboratoriais adotados no serviço.

Discussão e conclusão

A prevalência de marcadores infecciosos observada no município encontra-se dentro dos parâmetros nacionais e se assemelha a estudos realizados em outras regiões brasileiras (Costa et al., 2021, Ministério da Saúde, 2020). A soropositividade para hepatite B ainda representa um desafio à segurança transfusional, dado seu caráter endêmico em algumas regiões. Sífilis, por sua reemergência e fácil transmissibilidade, exige intensificação de ações educativas e ampliação da testagem precoce na população jovem. Apesar dos baixos índices de HIV, HCV e HTLV, a presença de positividade mesmo residual representa risco potencial, sobretudo em função das janelas imunológicas. Isso ressalta a importância de complementar a triagem sorológica com testes de amplificação de ácidos nucleicos (NAT), aumentando a sensibilidade diagnóstica e reduzindo o risco residual. A análise de uma década de triagem sorológica no Hemonúcleo de Resende-RJ demonstra prevalência estável e compatível com os dados nacionais. A maior frequência de reatividade para HBV e sífilis justifica ações contínuas de controle e educação em saúde. Reforça-se a importância de manter rigor na triagem clínica, investir em capacitação profissional e ampliar o uso de tecnologias como o NAT.

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Referências:

  • 1.

    Ministério da Saúde. Guia para triagem clínica de candidatos à doação de sangue. Brasília: Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados, 2020.

  • 2.

    World Health Organization. Global status report on blood safety and availability. Geneva: WHO, 2023.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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