
: Verificar a soroprevalência das doenças infecciosas entre doadores dessa Instituição, correlacionando ao tipo de doador: doadores de repetição ou de primeira vez.
Materias e métodosEstudo de revisão de dados retrospectivos, na qual foram compilados os dados sorológicos de 68.885 doadores, no período de Janeiro de 2020 a junho de 2022 para determinar a prevalência sorológica. Todos os doadores foram submetidos ao teste de triagem preconizado pelo Ministério da Saúde, 1 teste para o vírus do HIV (Anti-HIV1+2 AgAb), 1 teste para o Vírus T- Linfotrópico Humano (Anti-HTLV I/II), 2 testes para Hepatite B (HBsAg e Anti-HBc), 1 teste para Hepatite C (Anti-HCV), 1 teste para doença de Chagas e 1 teste para Sífilis. A sorologia foi realizada no laboratório terceirizado da IMUNOLAB e a metodologia escolhida foi a de Quimiluminescência, para todos os parâmetros analisados. Não foram realizados testes confirmatórios, apenas teste de triagem, as amostras inicialmente reativas foram repetidas em duplicata, se reação fosse mantida em apenas uma das replicatas, a bolsa do doador era desprezada. Também avaliamos o perfil do doador, através do sistema de Banco de dados da Instituição, para observar a relação que existe entre os doadores positivos /inconclusivos com o tipo de doador, se foi doador de repetição (2 ou mais doações) ou de 1ªvez.
ResultadosForam analisados 68.885 doadores, onde obtivemos uma prevalência geral sorológica de 2.465 (3,58%), distribuídos nos parâmetros para HIV -1-2 (0,19%), HTLV-I/II (0,17%), Anti-HBc (0,97%), HBsAg(0,09%), HCV(0,21%), Chagas(0,11%) e Sífilis (1,81%). Comparamos os resultados Reagentes/inconclusivos dos doadores, com o tipo de doador, onde obtivemos 68,45% de descartes nas bolsas por sorologia, em doadores de 1ªvez na Instituição e apenas 31,55% foram de descartes de doadores de repetição (que tiveram 2 ou mais doações).
DiscussãoA prevalência sorológica na população de doadores de sangue estudada foi de 3,58%, sendo muito próximo ao percentual de prevalência sorológica na população de doadores no Brasil (3,10%) no ano de 2020, divulgada no 9°Boletim de produção hemoterápica no Brasil, em 02/06/22. Tivemos uma prevalência maior em Sífilis 1,250(1,81 %), demonstrando que precisamos de políticas públicas, que inclua orientação, prevenção e tratamento. Observamos que a maior percentual dos doadores positivos /inconclusivos, são doadores de 1ªvez, representando 68,45%, demonstrando a necessidade ao incentivo a doação de repetição na população, que pode resultar em uma diminuição nos descartes de bolsas e consequentemente mais produtos disponibilizados aos pacientes.
ConclusãoO estudo de revisão é uma excelente ferramenta para monitorar a prevalência sorológica de doenças infecciosas em doadores de sangue. Nossos dados mostram a necessidade de investimento em doadores de repetição, com tentativa de diminuir a soroprevalência entre os doadores, melhorando a oferta de sangue, porém garantindo segurança e qualidade nos processos estabelecidos.