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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3056
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SOBREVIDA DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM POLICITEMIA VERA NO ESTADO DE SÃO PAULO
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DdN Ynoue, AdOG Golineli, ABK Cunha, BNRA De Campos, BR Lima, DC Ishida, HM Teano, RF Souza, VdA Bastos, LN Melo
Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Policitemia Vera é uma neoplasia mieloproliferativa crônica caracterizada por aumento de eritrócitos, podendo incluir leucocitose e trombocitose. Eleva o risco de trombose, mielofibrose e leucemia mieloide aguda. Apesar de estudos internacionais sobre evolução e prognóstico, há escassez de dados epidemiológicos brasileiros, especialmente em São Paulo, essenciais para estratégias terapêuticas e pesquisas oncológicas.

Objetivos

Estimar a sobrevida de pacientes com Policitemia Vera em São Paulo, analisando a distribuição dos casos por ano de diagnóstico, faixa etária e perfil clínico.

Material e métodos

Estudo descritivo com dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC-SP), coordenado pela FOSP. A análise foi feita no software RStudio. Incluíram-se pacientes com diagnóstico de Policitemia Vera entre 2000 e 2024. A sobrevida foi calculada da data do diagnóstico até a última informação, considerando óbito por câncer como evento. Utilizou-se a curva de Kaplan-Meier. O RHC não discrimina o tipo de câncer causador do óbito, o que se configura como limitação deste estudo.

Resultados

A sobrevida global foi de 98,8% no 1º ano (IC95%: 97,6%–99,4%), 94,5% aos 4 anos (IC95%: 92,3%–96,1%), 94,1% aos 5 (IC95%: 91,8%–95,7%), 88,9% aos 10 (IC95%: 85,4%–91,6%) e 78,7% aos 15 anos (IC95%: 71,7%–84,2%). Na análise por sexo, não houve diferença significativa (log-rank p = 0,49). Por faixa etária, observou-se diferença estatisticamente significativa (p < 0,0001), indicando a idade como fator prognóstico. Pacientes entre 20 e 39 anos apresentaram sobrevida de 100% ao longo de 15 anos (IC95%: 1,0000–1,0000), sem óbitos registrados. Na faixa de 40 a 59 anos, a sobrevida foi de 94,8% aos 10 anos (IC95%: 91,2%–98,5%) e 82,5% aos 15 (IC95%: 74,0%–91,8%). Em pacientes com 60 anos ou mais, a sobrevida foi de 84,2% aos 10 anos (IC95: 79,4%–89,4%) e 73,9% aos 15 (IC95%: 64,1%–85,2%).

Discussão e conclusão

A análise dos dados, em comparação com TEFFERI2, revela cenário mais favorável, com sobrevida superior após 10 anos. Isso pode refletir diferenças no perfil dos pacientes, critérios de inclusão, tempo de seguimento e qualidade dos registros entre os estudos, impactando as estimativas de sobrevida. Os dados mostram sobrevida superior em pacientes com Policitemia Vera em São Paulo comparado a estudos internacionais. A idade impactou significativamente o prognóstico, com maior mortalidade em pacientes ≥70 anos. Não houve diferença por sexo, indicando curso clínico similar. Esses resultados preenchem lacunas nacionais e podem guiar estratégias clínicas e políticas públicas para manejo e individualização terapêutica.

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Referências:

  • 1.

    Tefferi A, Barbui T. Polycythemia vera: 2024 update on diagnosis, risk-stratification, and management. Am J Hematol. 2023;98:1465-87. doi:10.1002/ajh.27174.

  • 2.

    Tefferi A, Rumi E, Finazzi G, Gisslinger H, Vannucchi AM, Rodeghiero F, et al. Survival and prognosis among 1545 patients with contemporary polycythemia vera: an international study. Leukemia. 2013;27:1874-81. doi:10.1038/leu.2013.163.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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