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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 130
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SÍNDROMES HEMORRÁGICAS COMO CAUSA DE MORTALIDADE INFANTIL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DE 2013 A 2023
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MA Pallottaa, DCd Silvaa, RS Pallotta Filhob
a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Guarujá, SP, Brasil
b Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente, SP, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A mortalidade infantil apresenta uma taxa de 12,62 óbitos por mil nascidos vivos no Brasil e dentre as causas, estão as síndromes hemorrágicas, que incluem desde distúrbios hereditários até quadros adquiridos, as quais, embora pouco prevalentes, exigem maior atenção por sua gravidade. Diante disso, é importante compreender o perfil dos óbitos infantis por essas condições para orientar ações de prevenção e cuidado.

Objetivos

Analisar a distribuição e perfil sociodemográfico da mortalidade infantil nas regiões do Brasil associada às síndromes hemorrágicas.

Material e métodos

Estudo ecológico com dados provenientes do Sistema de Informação sobre Mortalidade que incluiu todos os óbitos infantis (de 0 a 1 ano de vida) registrados no Brasil entre os anos de 2013 e 2023, cuja causa básica de morte esteja classificada entre os códigos D65 e D69 do Código Internacional da Doença (CID-10) 10ª Edição, que abrangem as síndromes hemorrágicas: Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD); Deficiência Hereditária do Fator VIII; Deficiência Hereditária do Fator IX, Outros Defeitos da Coagulação; Púrpura e Outras Afecções Hemorrágicas. As variáveis analisadas compreenderam o ano do óbito, região, sexo do recém-nascido, coloração da pele (brancos e não brancos, pretos, pardos, amarelos e indígenas) e idade. Foi utilizado o programa estatístico SPSS versão 15.0, aplicando o teste de Kolmogo-rov-Smirnov, teste de Levene e ANOVA-one way.

Resultados

No período de 2013 a 2023, foram notificados 721 óbitos decorrentes dos CIDs D65 a D69 no Brasil, com uma média de 72,1 casos por ano. As regiões com maiores percentuais foram Sudeste com 35,4% e Nordeste com 29,4%. Em contrapartida, os menores índices foram encontrados no Sul (5,1%) e Centro-Oeste (9,8%). A diferença entre as regiões, evidenciou significância estatística, com p<0,0001. Ao analisar os óbitos, de acordo com o CID-10, a CIVD (D65) foi a mais prevalente em todas as regiões com 47,4% dos casos, enquanto a púrpura e outras afecções hemorrágicas (D69) tiveram a menor prevalência (0,28%). Já ao avaliar as características sociodemográficas, nota-se que 55,5% ocorreram no sexo masculino e 54% em não brancos. A grande maioria dos óbitos ocorreu entre os 28 e 364 dias de vida (90,3%).

Discussão e conclusão

Assim como no estudo de Pinhero et al. (2021), as síndromes hemorrágicas nas regiões brasileiras se apresentaram majoritariamente no período pós-neonatal, evidenciando a importância de atenção prolongada ao risco de coagulopatias no primeiro ano de vida. Além disso, a CIVD quando diagnosticada precocemente, apresenta melhor prognóstico. As diferenças na distribuição, pode refletir as desigualdades na qualidade da assistência, notificação e investigação dos óbitos. Vale ressaltar as limitações inerentes ao uso de dados secundários, como subnotificação e ausência de informações clínicas detalhadas. A mortalidade infantil decorrente de síndromes hemorrágicas possui distribuição heterogênea entre as regiões brasileiras, contudo o perfil sociodemográfico se apresentou de modo semelhante. Esses achados reforçam a necessidade de vigilância epidemiológica, diagnóstico precoce e cuidados especializados para reduzir a mortalidade por distúrbios hematológicos na infância, especialmente em regiões mais afetadas.

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Referências:

Ostilla L, et al. Disorders of coagulation in the newborn. Neoreviews. 2024;25(11):694-709.

Pinheiro BL, et al. Qual a importância das coagulopatias como causa de óbito nos menores de 1 ano no Brasil?. Revista de Saúde. 2021;12(2):41-4.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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