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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S31-S32 (Outubro 2023)
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SÍNDROME HEMOLÍTICA URÊMICA ASSOCIADA A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA – RELATO DE CASO
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MD Magalhães, LC Faria, VA Silva
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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Introdução

A síndrome hemolítico-urêmica (SHU) é uma síndrome rara caracterizada por anemia hemolítica microangiopática associada a trombocitopenia e lesão renal aguda. De acordo com seu mecanismo fisiopatológico a SHU é dividia em duas grandes categorias: SHU atípica, que é mediada por complemento e SHU secundária, que geralmente é causada por toxinas produzidas pela Escherichia coli ou decorrente de drogas, gravidez, doenças auto-imune e outras infecções. A fisiopatologia da insuficiência cardíaca aguda em paciente com microangiopatia trombótica permanece indefinida. As hipóteses são de insuficiência cardíaca secundária a anemia, isquemia miocárdica secundária a trombos e alta demanda.

Objetivos

Relatar caso de SHU complicada por insuficiência cardíaca sistólica aguda com repercussão hemodinâmica.

Relato de caso

Mulher, 26 anos, previamente hígida com relato de dor em hipocôndrio direito, associado a vômitos, diarréia, confusão mental e dispneia. Negava febre e demais sintomas. Ao exame físico apresentava-se dispneica, hipocorada, ictérica e com dor à palpação de abdome superior. Em exames laboratoriais foi evidenciado anemia (hemoglobina 5,3 g/dL), plaquetopenia (26.000/mm3), aumento de escórias nitrogenadas (creatinina 4,4 mg/dL; ureia 216 mg/dL) e evidências de acometimento hepático (bilirrubina total 43 mg/dL; bilirrubina direta 27 mg/dL; bilirrubina indireta 27 mg/dL; albumina 2,31 g/dL; TAP 70%; TTpA 1,21. Ultrassom de abdome demonstrou hepatomegalia com ascite moderada. Em hematoscopia foi constatado presença de esquizócitos, além de exames laboratoriais demonstrando DHL elevado (2.953 U/L), reticulócitos 0,573 x10̂6/uL, Coombs direto negativo e níveis baixos de C3 e C4 e haptoglobina. Aventado hipótese de anemia microangiopática, sendo questionado diagnóstico diferencial entre púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico-urêmica e solicitado ADAMTS13, que evidenciou valor normal. Foi realizado pesquisa de PCR para cepas produtoras de toxina Shiga nas fezes, com resultado negativo. Paciente evoluiu com piora clínica e hemodinâmica, com raio de tórax evidenciado congestão pulmonar, sendo necessário uso de drogas vasoativas e hemodiálise três vezes por semana por período de duas semanas. Durante investigação foi solicitado ecocardiograma que evidenciou insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (38%) e aumento da pressão sistólica da artéria pulmonar (68 mmHg). Realizada biópsia renal que demonstrou quadro morfológico compatível com microangiopatia trombótica aguda. Iniciado terapêutica com transfusões de plasma fresco congelado e corticoterapia com prednisona 1 mg/kg/d, além de escalonamento da antibioticoterapia com Imipenem, com melhora clínica progressiva e recuperação total da função renal sem mais necessidade de terapia substitutiva renal. O uso do Eculizumabe não foi considerado tendo que seu uso é melhor estabelecido nos casos de síndrome hemolítico-urêmica atípica. Em regime ambulatorial foi solicitado ecocardiograma com 4 e 12 meses após o evento agudo e observado melhora do quadro de insuficiência cardíaca (fração de ejeção 45% e 62%, respectivamente e ambos com ausência de hipertensão arterial pulmonar.

Conclusão

Destaca uma rara associação entre insuficiência cardíaca sistólica aguda e instituição rápida de tratamento, sendo prudente a avaliação da função miocárdica em pacientes diagnosticados com SHU, visando otimizar a sobrevida e prognóstico a longo prazo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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