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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S189 (Outubro 2023)
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SÍNDROME DA RETIRADA DO INIBIDOR DE TIROSINA QUINASE EM PACIENTES COM LMC PARTICIPANTES DOS PROTOCOLOS DE DESCONTINUAÇÃO EDI-PIO E DES/LMC
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BA Murbacha, VHL Guidinib, LC Palmac, E Mirandaa, GO Duartea, GD Amarantea, GC Pavana, IM Tonia, CA Souzaa, LLF Pontesc, KBB Pagnanoa
a Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Faculdade de Medicina, Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), Campinas, SP, Brasil
c Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Objetivos

Estimar a incidência da síndrome de retirada (SR) após suspensão dos inibidores de tirosina quinase (ITQ) em pacientes (pts) com LMC que participaram de protocolos de descontinuação e analisar a incidência destes eventos com a sobrevida livre de recaída molecular (SLRM).

Materiais e métodos

Pts com LMC em fase crônica (FC) que participam de dois protocolos de descontinuação de ITQ, estudo EDI-PIO e DES-LMC foram analisáveis. No primeiro a suspensão do ITQ foi feita após 3 meses de uso de pioglitazona e no segundo após o descalonamento de 50% da dose do ITQ por 6 meses. Em ambos os critérios de inclusão foram LMC em FC, tratados ao menos 3 anos e com resposta molecular profunda (MR4.5) por 2 anos. Os eventos adversos relacionados à SR foram avaliados mensalmente e aqui foi feita análise até o 4ºmês após suspensão. A SR foi definida como aparecimento de nova dor musculo-esquelética e/ou aumento de dor pré-existente e/ou necessidade de iniciar medicação para dor. Para o grau do evento aplicou-se o Common Terminology Criteria (CTCAE- Version 4.0), musculoskeletal and connective tissue disorder.

Resultados

Entre setembro de 2016 e abril de 2023, 63 pacientes descontinuaram o ITQ e foram avaliados, destes 32 do protocolo DES/LMC e 31 do EDI-PIO. O estudo DES/LMC está em andamento, tendo 42 pacientes incluídos, porém apenas 33 suspenderam a medicação até o momento e são avaliáveis. A mediana de idade na descontinuação foi de 58 anos (24-79), 59% homens, 52% Sokal de baixo risco, 35% intermediário, 13% alto; 94% dos pts foram tratados com Imatinibe, 3% Dasatinibe, 1.5% Bosutinibe e 1.5% Nilotinibe. A mediana da duração do tratamento com ITQ até o início da descontinuação foi de 10 anos (3-20). A SLRM em 12 meses foi de 72% (IC95% 60-84%) e por protocolo não houve diferença (75% DES-LMC, 70% EDI-PIO). No estudo EDI-PIO 14 (45%) tiveram SR e 12 (37.5%) DES/LMC (p = 0.61). O grau dos eventos foi 36% e 33% grau 1, EDI-PIO e DES/LMC, enquanto grau 2 57% e 58%; e grau 3 foi 7% e 8%, (p = 0.90), respectivamente. A SR ocorreu em 41% dos casos e foi mais frequente nas mulheres (58% vs. 42%, p = 0.02). O uso de medicamentos para tratamento da SR foi necessário em 17 (30%) pts, (64% EDI-PIO vs. 66% DES-LMC, p = 0.90). Os sintomas iniciaram no mês 1 em 20% dos pts e 73% mês 2 e 3. Não foi necessário reintrodução do ITQ para o tratamento da SR e não houve relação entre SR com a perda de RMM e reintrodução do ITQ.

Discussão

A descontinuação do ITQ é hoje um dos objetivos no tratamento da LMC. Um dos eventos adversos conhecidos após a suspensão do ITQ é a SR, que pode ocorrer em cerca de 30% dos pacientes, caracterizada por um quadro de dor musculoesquelética que começa ou piora semanas após a interrupção, podendo ser mais severa em alguns casos, mas raramente levando a necessidade da reintrodução do ITQ.

Conclusões

A SR observada de 41% foi semelhante à literatura, sendo mais frequente no sexo feminino. O quadro foi autolimitado, não sendo necessário reintrodução do ITQ. Não houve diferença na SLRM entre o grupo com ou sem SR e entre os protocolos aos 12 meses.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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