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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S438 (outubro 2022)
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SIGNIFICADO CLÍNICO DO ALOANTICORPO ANTI-GE AVALIADO PELO ENSAIO DA MONOCAMADA DE MONÓCITOS EM PACIENTE ATENDIDO PELA FUNDAÇÃO HEMOMINAS: RELATO DE CASO
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MM Godina,b, LC Schmidta, MCFS Maltaa, CG Andradea, KF Rodriguesa, MTA Vieiraa, MEA Oliveiraa, KPM Beloa, TLA Silvaa, LMS Dusseb
a Fundação Hemominas, Belo Horizonte, MG, Brasil
b Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Introdução

A Central de Imuno-Hematologia (CIH) da Fundação Hemominas é o serviço de referência na área no estado de Minas Gerais. A CIH atende a um número expressivo de pacientes que necessitam de transfusão de sangue e que são aloimunizados. A abordagem transfusional desses pacientes é, muitas vezes, bastante desafiadora, em especial para aqueles que apresentam aloanticorpos direcionados a antígenos de alta frequência populacional, visto que nem sempre haverá concentrado de hemácias (CH) compatível. Dentre esses aloanticorpos, destaca-se o Anti-Ge, que é direcionado a antígeno do grupo sanguíneo Gerbich (Ge), de ocorrência natural ou imune. Tal aloanticorpo pode ter importância clínica relevante, uma vez que tem potencial de causar reação transfusional hemolítica. A avaliação do significado clínico de aloanticorpos antieritrocitários é uma das principais aplicações do Ensaio da Monocamada de Monócitos (MMA), um teste in vitro empregado para prever o potencial hemolítico pós-transfusional de anticorpos.

Objetivo

Relatar como o emprego do MMA foi decisivo no desfecho do caso de paciente crítico (sexo masculino; 70 anos; fenotipagem “ABO/RhD”: “B”/ POSITIVO) que apresentava o aloanticorpo Anti-Ge e que necessitava de reserva cirúrgica de 03 CH para correção de aneurisma de aorta abdominal, sem a possibilidade de doação autóloga e na falta de CH compatíveis.

Material e métodos

Após a identificação do aloanticorpo Anti-Ge e com base na necessidade transfusional do paciente, foi proposta a realização do MMA com 03 CH especificamente selecionados, Ge positivas e, portanto, incompatíveis com o receptor. Os testes foram executados de acordo com a padronização do ensaio estabelecida na CIH, a partir de protocolos disponíveis na literatura.

Resultados

Os resultados para os índices de monócitos obtidos nos ensaios para os três CH avaliados foram iguais a zero e demonstraram que o aloanticorpo em questão não era clinicamente significativo, dada a ausência de hemácias aderidas e/ou fagocitadas pelos monócitos empregados nos ensaios. Os CH testados pelo MMA foram disponibilizados para o hospital e o paciente foi submetido ao procedimento cirúrgico. Recebeu 01 CH no intraoperatório e 02 CH no pós-operatório, após apresentar sangramento, sendo o valor da sua hemoglobina pré-transfusional de 5,7g/dL e pós-transfusional de 7,9g/dL. Foi relatada alta hospitalar no 8°dia após o procedimento e a sua recuperação foi considerada satisfatória.

Discussão

Considerando as limitações que os testes sorológicos adotados nos serviços de imuno-hematologia apresentam com relação à avaliação do significado clínico de aloanticorpos, torna-se necessário cada vez mais a adoção, em serviços especializados, de outros métodos que forneçam maior respaldo à equipe médica em relação a autorizar ou não transfusões incompatíveis de CH. No caso apresentado, o quadro clínico do paciente era muito delicado e o atraso na sua cirurgia poderia resultar em um desfecho desfavorável. Dessa forma, como não havia CH compatível para ele, o MMA foi empregado como teste auxiliar na avaliação da importância clínica do aloanticorpo em questão.

Conclusão

O emprego do MMA no presente caso indubitavelmente auxiliou na avaliação do significado clínico do aloanticorpo Anti-Ge e no atendimento hemoterápico satisfatório de paciente crítico aloimunizado que dependia de procedimento cirúrgico e de transfusões para a sua recuperação.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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