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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S646-S647 (outubro 2024)
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RESPOSTA À TERAPIA IMUNOSSUPRESSORA EM CRIANÇAS COM ANEMIA APLÁSTICA E HEMOGLOBINÚRIA PAROXÍSTICA NOTURNA
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PB Blum, SDA Lopes
Hospital Infantil Darcy Vargas, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Avaliar a presença de clone de Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN) em crianças com Anemia Aplástica grave (AAG) e sua correlação como fator preditor de resposta à terapia imunossupressora (TI).

Materiais e métodos

Estudo retrospectivo, baseado em coleta de dados de prontuários de pacientes pediátricos com AAG, tratados no Hospital Infantil Darcy Vargas de 2003 a 2021 e que receberam terapia imunossupressora com timoglobulina de cavalo ou de coelho associada a ciclosporina. Todos os pacientes incluídos realizaram citometria de fluxo para HPN ao diagnóstico ou em algum momento durante o seguimento. Considerado clone HPN positivo se > 0,15% em neutrófilos ou monócitos, e a resposta terapêutica foi avaliada aos 6 e 12 meses do início da TI. Para verificar a correlação da presença de clone HPN como fator preditor de resposta à TI realizado teste exato de Fisher.

Resultados

Participaram do estudo 35 pacientes, de 2 a 17 anos, com média de 10 anos (±3,81), sendo 80% do sexo masculino. Todos os pacientes tinham DEB teste negativo e citogenética de medula óssea normal. Clone HPN foi encontrado em 53,1% dos pacientes. Dos 35 pacientes que participaram do estudo, ocorreram três óbitos precoces, assim, 32 pacientes tiveram resposta à imunossupressão avaliada 6 meses após início do tratamento e em 30 pacientes foi avaliada a resposta aos 12 meses, pois um paciente perdeu seguimento e outro realizou transplante de medula óssea. O tempo de seguimento variou de 7 meses a 13 anos, com média de 6,1 anos (±3,53). O clone permaneceu estável em 58,8% dos casos, aumentou em 17,7% e diminuiu ou desapareceu em 23,5%, nenhum paciente com ausência de clone HPN ao diagnóstico positivou durante o acompanhamento. Dos 32 pacientes avaliados aos 6 meses, 13 (40,6%) tiveram resposta parcial à TI e nenhum resposta completa. Aos 12 meses, 15 (50%) pacientes responderam, sendo, 11 com resposta parcial e 4 com resposta completa. Aos 6 meses houve resposta à TI em 10 (58.8%) dos 17 pacientes com clone HPN e apenas em 3 (20%) dos 15 pacientes sem clone HPN (p = 0,036) e aos 12 meses, houve resposta em 11 (68.8%) dos 16 pacientes com clone HPN e em 4 (28,6%) dos 14 sem clone (p = 0,065).

Discussão

A HPN clássica é rara na pediatria, porém sua associação com AA é semelhante a encontrada em adultos. Existem poucos estudos em crianças que avaliaram a presença de clone HPN na AAG e sua relação com resposta à TI. Outro ponto importante é a definição do tamanho do clone HPN, pois a falta de padronização nos estudos em definir o tamanho do clone a ser considerado, pode se tornar um viés na correlação com a resposta terapêutica. Nesse estudo, encontramos clone HPN em 53,1% dos pacientes com AAG, semelhante ao encontrado na literatura exclusivamente pediátrica, com variação de 39-73%. Em adultos diversos estudos correlacionam a presença do clone a melhor resposta à TI, entretanto na pediatria esta boa correlação permanece discutível, uma vez que os poucos estudos diferem entre si, sendo o nosso estudo mais um a verificar que a presença de clone HPN pode ser um preditor de boa resposta à TI em pacientes pediátricos.

Conclusão

Muito há ainda para se entender sobre a associação de AA e HPN, porém a pesquisa de clone HPN em todos os pacientes pediátricos com AA deve ser realizada ao diagnóstico, podendo predizer maior chance de resposta à imunossupressão.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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