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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 328 (novembro 2020)
Vol. 42. Núm. S2.
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544
Open Access
RELATO DE CASO: SINDROME HIPERINFLAMATÓRIA MULTISSISTÊMICA COVID 19 EM PACIENTE PORTADORA DE SÍNDROME MIELODISPLÁSICA- CITOPENIA REFRATÁRIA E ESPECTRO AUTISTA
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C.M. Campanaro, S.M.T. Oliveira, S.D. Passos
Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), Jundiaí, SP, Brasil
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Introdução: Em final de 2019 o mundo se deparou com uma doença grave, com altos índices de transmissibilidade, causada pelo COVID19. Esta doença se transformou em epidemia em janeiro de 2020 e em março, foi classificada como pandemia. Após 6m, muito tem se discutido e estudado sobre as manifestações e comportamento de pacientes portadores de doenças crônicas, incluindo as hematológicas, como comorbidades responsáveis por elevar o risco de morbimortalidade nestes pacientes. Em crianças e adolescentes, as manifestações clínicas diferem dos adultos, sendo descrita a síndrome hiperinflamatória multissistêmica, após a infecção pelo COVID-19. Pouco se sabe sobre esta nova patologia, em portadores de falências medulares e mielodisplasia. Objetivos: descrever os achados clínicos e laboratoriais de uma paciente de 15ª, portadora de espectro autista e SMD, classificada como citopenia refratária e síndrome hiperinflamatória multissitêmica. Método: descrição de caso clínico, baseada em revisão de prontuário e revisão bibliográfica. Resultados: C.V.S 15ª procedente: Jundiai-SP parda femPaciente portadora de SMD citopenia refratária há 8anos, em observação clinica, sem necessidade transfusional. Diagnóstico de espectro autista há 10a. Em abril/2020 internou com edema em MID e diagnóstico de trombose. Recebeu HBPM por 7 dias e alta em uso de warfarina, com controle laboratorial e melhora clínica. Amenorreia há 2m. Em 08/20, foi encaminhada ao pronto socorro, após 8 dias de febre (38.5), dor e distensão abdominais, sem queixas cardiorespiratórias; sem lesões cutâneas. EF: REG, boa perfusão, ausculta pulmonar sem alterações. US abdome: distensão de alças. Evoluiu em 24h com piora da dor abdominal e febre.; CT abdome: fezes em grande quantidade, baço acessório, distensão de alças e adenomegalia para aórtica; condensação em base de pulmão D. Rx Tórax: velamento bases pulmonares bilateralmente. Ao exame físico no 2°dia de internação: diminuição de RA em ambas as bases pulmonares e desconforto respiratório, rush cutâneo e febre; Descompressão brusca e Giordano negativos. Teste rápido para COVID19 positivo (IgA e IgG). - BhCG neg VHS 60 HMg Hb 11,4 GB 2560 68% seg e 25% linfo plq 51.000/mm3 INR 1,48. PCR 105 DHL elevado CPK mb 27 (nL ate25) hematúria microscópica. Evoluiu com desconforto respiratório- sat 86%; iniciado cateter O2 e posteriormente Venturi 50% (sat 98%). Sem descompensação hemodinâmica. HMG: HB 10,5 g/dL ht 32%vcm 84 fl plaq 28000 gb 2980 (3-36- 1-1-48-11) INR 1,62. Rx Tórax: infiltrado intersticial, áreas de condensação em bases e derrame pleural bilateral. D Dímero, ferritna, VHS elevados; hipoalbuminemia (2,4 g/dL). Ecocardio- derrame pericárdico pequeno sem tamponamento e com FE 65%. HD: Sd Inflamatória multissitêmica/Covid 19. Iniciado ceftriaxona, dexametasona, IgIV 2 g/kg/dose; Azitromicina, Ivermectina, Zinco, vitamina D. Discussão e resultados: A apresentação clínica de Covid 19 é muito variável, a suspeita deve ser considerada em quadros atípicos, e investigada sempre que possível. O HMG apresenta variações, e as provas inflamatórias encontram-se elevadas; a hipoalbuminemia é significativa. Pacientes com doenças crônicas hematológicas, principalmente com falências medulares, merecem especial atenção pelos riscos de morbimortalidade. São necessários estudos complementares a médio e longo prazos para melhor compreensão da interação Covid19 e SMD.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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