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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2985
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RELATO DE CASO: MANEJO DE PACIENTE CARDIOPATA EM USO DE ACALABRUTINIB
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BPd Santos, ICR Diogo, EB Riscarolli, LN Veloso, JdF Tavares, RMA Rodrigues, ILL de Mattos, KG Frigotto, VRGdA Valviesse
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O Acalabrutinib é um agente antineoplásico que atua como inibidor de segunda geração da tirosina quinase de Bruton (BTK), indicado para o tratamento de neoplasias hematológicas, tais como Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e Linfoma de Células do Manto (LCM). Em comparação ao Ibrutinib, outro inibidor da BTK, apresenta maior seletividade pela enzima, o que resulta em perfil de toxicidade cardiovascular reduzido, configurando-se como opção terapêutica preferencial para pacientes com comorbidades cardiovasculares. Na LLC, particularmente em casos associados a pior prognóstico, como aqueles portadores da deleção 17p, o acalabrutinib demonstrou superioridade em eficácia frente aos regimes quimioterápicos convencionais, promovendo maior sobrevida livre de progressão e respostas clínicas prolongadas.

Descrição do caso

Paciente do sexo masculino, 58 anos, obeso mórbido (160 kg), portador de Hipertensão Arterial (HAS), Diabetes Mellitus (DM) e Insuficiência Venosa, iniciou acompanhamento com presença de sintomas B, isto é, febre acompanhada de sudorese noturna e queixa de perda ponderal de 20 kg. Ao exame, apresentava leucocitose de 80.000/mm3, na ausência de linfonodomegalia. Em agosto de 2022, é confirmado o diagnóstico de LLC, apresentando Imunofenotipagem característica. A estratificação genética/molecular para avaliação prognóstica revelou deleção 17p e mutação TP53 positivas, além de IGH mutado, indicando mau prognóstico e auxiliando na decisão terapêutica. Devido às comorbidades, não houve indicação de quimioterapia, sendo prescrito, em setembro de 2022, o Acalabrutinib, fármaco associado a menor incidência de efeitos colaterais. Após dois meses de tratamento, o paciente evolui com Fibrilação Atrial de Alta Resposta (FAAR), sendo iniciados Metoprolol e Marevan como conduta terapêutica. Associadamente, apresenta quadro de Insuficiência Cardiaca descompensada, manejada com Metoprolol, Furosemida, Aldactone e Carvedilol, mantendo-se o uso de Acalabrutinib. Atualmente, após dois anos de uso de Acalabrutinib, encontra-se em remissão da neoplasia, com doença cardiovascular controlada. Exames laboratoriais recentes mostram leucócitos dentro da faixa de normalidade e Imunofenotipagem com Doença Residual Mínima (DRM) negativa, prosseguindo tratamento.

Conclusão

Embora apresente perfil cardiovascular mais favorável, o Acalabrutinib não está isento de eventos adversos, sobretudo em pacientes com cardiopatias preexistentes. As diretrizes clínicas recomendam a suspensão temporária ou definitiva do medicamento em casos de toxicidade significativa. No caso, tais eventos foram manejados com sucesso, sem evidências de refratariedade, justificando a manutenção da terapia em virtude do benefício clínico proporcionado pelo Acalabrutinib e da escassez de opções terapêuticas alternativas devido às comorbidades prévias apresentadas.

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Referências:

Shadman M. Diagnosis and treatment of chronic lymphocytic leukemia: a review. JAMA. 2023;329:918-32. doi:10.1001/jama.2023.1212.

Byrd JC, Hillmen P, Ghia P, Kater AP, Chanan-Khan A, Furman RR, et al. Acalabrutinib versus ibrutinib in previously treated chronic lymphocytic leukemia: results of the first randomized phase III trial. J Clin Oncol. 2021;39:3441-52. doi:10.1200/JCO.21.01521.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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