Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S687 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S687 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
RELATO DE CASO: HIPEREOSINOFILIA EM PACIENTE PEDIÁTRICO
Visitas
347
DR Moreiraa, ABF Diniza, FGAL Moreirab
a Centro Universitário UniFacid, Teresina, PI, Brasil
b Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina, PI, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Introdução

: A hipereosinofilia, caracterizada pelo aumento anormal do número de eosinófilos no sangue periférico, é uma condição heterogênea que pode manifestar-se em pacientes pediátricos com uma variedade de sintomas clínicos. Embora frequentemente associada a processos alérgicos e infecciosos, a hipereosinofilia pode também ser um marcador de doenças hematológicas, neoplásicas e imunológicas mais graves.

Objetivo

: O presente relato de caso descreve um paciente pediátrico com hipereosinofilia, ilustrando uma causa frequente desta condição

Relato de caso

: Criança, 2 anos e 10 meses, procedente da cidade de Campo Maior, interior do estado do Piauí. Paciente encaminhado ao ambulatório de Hematologia Pediátrica com a queixa de aparecimento de equimoses em membros inferiores. Paciente previamente hígido, sem historia importante de internações ou outras doenças. Solicitado Hemograma para avaliação inicial, quando chamou-se atenção a presença de uma leucocitose (20.640/mm3) a custas de eosinofilia (10.114/mm3), e ainda uma discreta anemia (Hb: 10,7 g/dL) com normocitose e normocromia. Plaquetas normais. Avaliação de coagulograma normal. Negava uso de medicamentos. Durante investigação solicitado exames diagnósticos como testes de função hepática, função renal, Níveis de Imunoglobulinas séricas, Ultrassom de abdome, radiografia de toráx normal. Solicitado ainda exame sorológico para Toxocara canis , com valor de IGM positivo e IGG negativo, confirmando uma infecção aguda por esse nematódeo. Realizado tratamento clínico com Albendazol por 3 dias, repetido tratamento em 15 dias. Após tratamento clínico, realizado novo hemograma com normalização de eosinofilia e de anemia.

Discussão

Eosinofilia sanguínea leve, conforme definida por uma contagem absoluta de eosinófilos entre 500 e e 1000/mm3, é comum, ocorrendo em 3% a 10% dos indivíduos, dependendo da população estudada. Causas frequentes incluem doença atópica, asma, hipersensibilidade a medicamentos e infecção por helmintos. Em contraste, a hipereosinofilia sanguínea, definida como um número de ≥ 1.500 /mm3 , é relativamente rara e deve levar a uma avaliação completa para uma causa subjacente e para evidências de manifestações de órgãos terminais atribuíveis à eosinofilia, a característica definidora das síndromes hipereosinofílicas. A toxocaríase é uma infecção causada por larvas dos nematelmintos do gênero Toxocara. A infecção em crianças ocorre por ingestão dos ovos de T. canis, por contaminação direta das mãos, contato com filhotes de cães, contato com objetos contaminados com ovos infectados, e por ingestão de terra contendo larvas ou ovos infectados.A toxocaríase, na maioria dos casos, tem resolução espontânea, não necessitando de tratamento. Entretanto, em casos com sintomas graves, o uso de albendazol ou mebendazol, combinado com corticosteroides, pode ser indicado, principalmente se houver comprometimento sistêmico.

Conclusão

: O caso apresentado demonstra a importância de uma investigação diagnóstica em crianças com hipereosinofilia. A toxocaríase, embora frequentemente assintomática ou com manifestações leves, pode se apresentar com eosinofilia marcante, como observado neste paciente. O tratamento oportuno com anti-helmínticos se mostrou eficaz na resolução do quadro, ressaltando a relevância de uma anamnese detalhada e exames complementares para o diagnóstico diferencial de eosinofilia em pediatria.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas