Objetivo: Relatar a experiência de atendimento de pacientes onco Hematológicos do Hospital Universitário Espírito Santo. Material e métodos: Revisão da literatura e estudo retrospectivo baseado em análise do prontuário. Resultados: 8% (12) dos pacientes da unidade de onco-hematologia em quimioterapia (146) foram diagnosticados com COVID-19. Os diagnósticos da população avaliada foram três leucemias agudas, uma leucemia mieloide crônica, dois linfomas, duas sindromes mielodisplásicas, três mielomas múltiplos e uma amiloidose. Nenhum paciente relatou contato domiciliar com caso suspeito e/ou confirmado. Os sintomas mais comuns foram febre, adinamia e dispneia. Todos realizaram diagnóstico pelo RT-PCR swab nasal; 61% estavam internados por intercorrências de quimioterapia e/ou progressão de doença quando desenvolveram os sintomas de COVID-19 e 33% internaram pelo COVID-19. 42% necessitaram de UTI, sendo o critério de QUICK SOFA desses entre 1 – 3 pontos. 33% necessitaram de ventilação mecânica. A mortalidade foi 40%. Quanto às co-morbidades além da doença oncohematologica em atividade, identificamos 17% de obesidade, 17% de doença renal crônica e 8% DM e HAS. Todos usaram antibiótico contudo 58% já estavam em uso ao diagnóstico por outros motivos, 67% usou corticoide. Todos apresentavam alguma citopenia no hemograma ao diagnóstico e persistiram com as alterações na alta/óbito. Discussão: A taxa de mortalidade da COVID-19 varia de 2-4%, mas para pacientes com câncer esta taxa pode ser ainda mais alta. Estudo multicêntrico realizado no Canadá, Espanha e Estados Unidos encontrou taxa de mortalidade de 13% para pacientes oncológicos, a taxa de mortalidade encontrada (40%) é bem maior, contudo a população analisada neste estudo tinham diagnóstico de câncer ativo, doença oncohematológica que costuma ser de maior gravidade e 61% dos pacientes já estavam com estado de saúde agravado por intercorrências de quimioterapia. Conclusões: Pacientes onco-hematológicos podem ser um grupo de altíssimo risco para desfecho desfavorável por COVID-19, a identificação desse risco pode justificar elaboração de estratégias diferenciadas para prevenção de transmissão de COVID-19, como elaboração de coorte hospitalar de profissionais de saúde e setores de internação, intensificação de testagem diagnostica pré quimioterapia e/ou internações, entre outros. Além de monitoramento rigoroso das medidas habituais da prevenção da COVID-19.
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