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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S5 (outubro 2024)
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RELAÇÃO ENTRE A DEFICIÊNCIA DE FERRO E A INCIDÊNCIA DE ANEMIA FERROPRIVA: REVISÃO DE CASOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE HEMATOLOGIA
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MA Furlam, BKAFM Sá, ANG Laya, RC Gomes, IF Estevão
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

O ferro participa na formação da hemoglobina, proteína transportadora de oxigênio, e no metabolismo energético. Sua deficiência acomete de 20 a 30% da população e é a principal causa de anemia no mundo. Em crianças provoca atraso no desenvolvimento físico e cognitivo e nos adultos diminui a capacidade laborativa. A ferritina é uma proteína que representa as reservas de ferro no organismo e sua diminuição é critério diagnóstico para esse déficit. O estudo busca analisar a incidência de deficiência de ferro com ou sem anemia em pacientes atendidos em um ambulatório de Hematologia na cidade de São Carlos no período de 6 meses e descrever suas características demográficas.

Materiais e métodos

Pesquisa de caráter exploratório, descritivo e retrospectivo, com enfoque no levantamento de dados quantitativos através da revisão de 248 prontuários de pacientes novos atendidos em um ambulatório de Hematologia no interior de São Paulo, entre abril e setembro de 2023. O critério para anemia foi ter hemoglobina inferior a 13 g/dL, 12 g/dL e 11 g/dL em homens, mulheres e crianças, respectivamente. Níveis de ferritina < 30 ng/mL foi usado como parâmetro diagnóstico para deficiência de ferro. Analisou-se a incidência da deficiência de ferro sem e com anemia, o sexo e a idade desses pacientes.

Resultados

Dos 248 prontuários, 137 tinham dosagem de ferritina. Níveis inferiores a 30 ng/mL foram encontrados em 69 pacientes. Até 13 anos foram encontrados 10 indivíduos, sendo detectada anemia em 60%, com maior frequência em crianças de 1 ano. Entre os 59 adultos, 54 eram mulheres de 14 a 72 anos e, destas, 29,6% apresentaram hemoglobina abaixo de 12 g/dL. A idade mais prevalente foi de 15 a 43 anos. Apenas 5 homens possuíam deficiência de ferro e 60% apresentaram também anemia. O intervalo encontrado foi de 16 a 90 anos, com maior prevalência entre os homens acima de 70. Como queixa principal foram encontrados sintomas de déficit de ferro como: cansaço, indisposição, tontura e queda de cabelo em pacientes com e sem anemia.

Discussão

Foi observada elevada incidência de deficiência de ferro no ambulatório de Hematologia, independente da anemia. Estudos demonstram que a falta desse mineral, ainda sem diminuição dos níveis de hemoglobina, é suficiente para acarretar déficit físico/cognitivo em crianças e nos adultos, provoca sintomas de fadiga, indisposição, susceptibilidade a infecções, alterações no humor, dificuldade de raciocínio, diminuição da capacidade laborativa e da qualidade de vida. Observou-se maior prevalência no sexo feminino, sobretudo em idade reprodutiva, provavelmente associado a fatores fisiológicos, como a gestação e menstruação. Mais de 70% das mulheres não apresentaram redução da hemoglobina, mas tinham deficiência de ferro, mostrando a importância da dosagem da ferritina para diagnóstico.

Conclusão

A deficiência de ferro é uma alteração comum, principalmente nas mulheres e, frequentemente não associada à anemia. Portanto, nossos resultados demonstram a necessidade de incorporar a dosagem de ferritina rotineiramente, sobretudo na atenção básica, bem como a conscientização dos profissionais na relevância diagnóstica e tratamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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