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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 3347
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RECUPERAÇÃO INTRAOPERATÓRIA DE SANGUE (RIOS) NO PÓS- CIRÚRGICO DE PACIENTE COM TIPO SANGUÍNEO RARO (BOMBAY) SUBMETIDO À CIRURGIA CARDÍACA
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TOR Brito, CMdF Lima, ACB Duarte, CCTF Gomes, PHB Lima, RF Aragão, JBF Oliveira, JS Alves, EL Silva, LEM Carvalho, DM Brunetta
Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (HEMOCE), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A presença de grupos sanguíneos raros, como o fenótipo Bombay (Oh), impõe desafios significativos no manejo transfusional de pacientes submetidos a cirurgias de grande porte, especialmente procedimentos cardíacos. O fenótipo Bombay caracteriza-se pela ausência do antígeno H, essencial para a expressão dos grupos ABO, restringindo a transfusão a doadores com o mesmo fenótipo. Em face dessa limitação, estratégias de preservação do sangue do próprio paciente tornam-se essenciais para garantir a segurança transfusional. A recuperação intraoperatória de sangue (RIOS) é uma técnica que permite a coleta, processamento e reinfusão do sangue perdido durante a cirurgia, minimizando a necessidade de transfusão alogênica. Este relato descreve a utilização inédita, em nosso serviço, do sistema de RIOS durante o intraoperatório e o pós-operatório imediato em uma paciente com fenótipo Bombay submetida à cirurgia de revascularização do miocárdio.

Objetivos

Descrever um relato de caso.

Material e métodos

Foi realizado um relato de caso clínico envolvendo paciente portadora do fenótipo Bombay, submetida à cirurgia cardíaca no hemocentro.

Resultados

Paciente feminina, 63 anos, com doença arterial coronariana, submetida à cirurgia de revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea. Exames pré-operatórios confirmaram fenótipo Bombay, com limitação na disponibilidade de sangue compatível. Foram reservados dois concentrados de hemácias de doadores compatíveis. Durante cirurgia de aproximadamente quatro horas, foi recuperado um volume de 55 ml de sangue autólogo. Na UTI, o protocolo de recuperação continuou por mais oito horas, resultando em recuperação adicional de 74 ml, totalizando 129 ml de sangue preservado. O procedimento ocorreu sem intercorrências, mantendo estabilidade hemodinâmica e sem necessidade de transfusão alogênica.

Discussão e conclusão

Este relato evidencia que a RIOS é uma estratégia eficaz e segura para manejo transfusional em pacientes com grupos sanguíneos raros, como o fenótipo Bombay. A ampliação do uso do sistema para o pós-operatório imediato representa avanço tecnológico e clínico, potencializando a preservação do sangue próprio e minimizando os riscos associados às transfusões alogênicas. A integração multidisciplinar entre as equipes de cirurgia, anestesia e hemoterapia foi fundamental para o sucesso do procedimento. A experiência reforça a importância da RIOS como ferramenta vital em centros de referência, com possibilidade de replicação em serviços que atendam populações com fenótipos sanguíneos raros, promovendo segurança, eficácia e personalização na assistência transfusional.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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