Objetivos: O Mieloma Múltiplo é uma neoplasia incomum definida pela presença de 10% ou mais de plasmócitos clonais na biópsia de medula óssea, pico monoclonal de imunoglobulinas e lesões de órgãos-alvo (lesões osteolíticas, anemia, lesão renal aguda e hipercalcemia). Representa cerca de 17% das neoplasias hematológicas, com maior incidência entre homens e negros de 65 a 74 anos. Trata-se de uma doença de comportamento heterogêneo e a determinação da carga tumoral, características do hospedeiro, agressividade do clone e disponibilidade ao tratamento impactam diretamente no prognóstico da doença. Materiais e métodos: Coleta de dados de prontuário clínico e revisão bibliográfica. Resultados: M.J.S.G., sexo feminino, 48 anos, com diagnóstico prévio de hipotireoidismo controlado com 75 mcg de Levotiroxina, foi diagnosticada em maio de 2019 com Mieloma Múltiplo Lambda. Iniciou tratamento quimioterápico com II ciclos do esquema CTD seguidos de mais IV ciclos do esquema VCD. Atingiu VGPR (very good parcial response) e foi encaminhada ao TMO autólogo - protocolo MEL200. No D+60 pós TMO autólogo apresentava resposta completa estrita. Estava em seguimento ambulatorial com retornos mensais no ambulatório de Mieloma Múltiplo do HCRP. 6 meses após o transplante, comparece em consulta ambulatorial se queixando de dispneia aos moderados esforços, dor torácica ventilatório dependente e tosse seca. Exame físico evidenciou murmúrio vesicular reduzido em bases pulmonares bilateralmente. TC de tórax confirmou presença de derrame pleural bilateral, maior a direita. Foi submetida a toracocentese diagnóstica que evidenciou 65% de plasmócitos atípicos. Imunofenotipagem do líquido pleural confirmou doença plasmocitária clonal Lambda. Foi submetida a novos exames laboratoriais que confirmaram recaída de Mieloma Múltiplo IGA Lambda, com mais de 95% de infiltração de medula óssea. Encontra-se internada na enfermaria de Hematologia do HCRP para iniciar I ciclo do esquema VTD-PACE. Discussão: Esse relato de caso se soma a escassa literatura sobre derrames cavitários mielomatosos. Encontramos pouco mais de 100 casos de derrame pleural com infiltração plasmocitária clonal descritos até o momento. O diagnóstico do derrame mielomatoso pode ser realizado pela presença de plasmócitos atípicos e clonais no líquido pleural por imunofenotipagem ou por biópsia pleural em casos selecionados. É descrito a presença de eosinófilos no líquido pleural de pacientes com Mieloma Múltiplo Lambda. Conclusão: Apesar dos derrames cavitários serem mais comumente benignos, o diagnóstico de envolvimento mielomatoso é essencial, pois possui implicações prognósticas, confirmando maior agressividade da doença clonal e elevada carga tumoral.
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