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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S193-S194 (Outubro 2023)
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REAÇÕES ADVERSAS AOS INIBIDORES DE TIROSINA QUINASE UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
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MM Rayola, MV Pachecoa, LBG Barbosaa, EG Pradoa, GMM Pascoala, AFC Vecinaa, JR Assisa, MA Goncalvesb, EAD Santosb, MG Cliqueta
a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil
b Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SES/SECONCI), Sorocaba, SP, Brasil
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HEMO 2023

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Introdução

A leucemia mieloide crônica (LMC) é uma neoplasia hematológica, que ocorre por conta de uma translocação do cromossomo 9 para o 22. Essa mutação cromossômica produz o cromossomo Philadelphia (Ph1). O diagnóstico pode ser sugerido através da clínica (esplenomegalia), hemograma com neutrofilia e desvio à esquerda, e é confirmado pelo cariótipo e/ou PCR-qualitativo (identifica a proteína p210BCR-ABL). No Brasil, o tratamento utilizado de primeira linha da LMC, é realizado com Mesilato de Imatinibe. Os medicamentos utilizados podem gerar efeitos colaterais nos pacientes.

Objetivo

Avaliar os dados demográficos, características clínicas e laboratoriais dos pacientes e ainda os eventos adversos aos tratamentos, apresentados pelos pacientes em tratamento de LMC.

Métodos

Avaliar os prontuários dos pacientes para obtenção das características sociodemográficas, sintomas e sinais, exames laboratoriais, e eventos adversos anotados. Além disso, entrevistamos os pacientes questionando-os sobre reações adversas às medicações utilizadas, analisando a frequência e os tipos de sintomas com cada inibidor utilizado.

Resultados

Avaliamos 110 pacientes, sendo 57 (51,8%) do sexo feminino e 53 (48,2%) do sexo masculino; com predomínio da faixa etária dos 61-70 anos (24,5%). O tratamento inicial foi modificado em 53 pacientes (48,19%) sendo 13 (24,5%) por conta de reações adversas. Dos 110 pacientes que iniciaram tratamento com Imatinibe, 71 apresentaram anemia (64,5%), 37 trombocitopenia (33,6%) e 33 neutropenia (30%). Sendo assim, houve, uma alta frequência de reações hematológicas. Os eventos adversos mais relatados foram câimbras 45 (40,9%), edema 40 (36,4%), náuseas 40 (36,45), mialgias 34 (30,9%), cefaleia 31 (28,2%) e diarreia 31 (28,2%). Dos pacientes que mudaram de tratamento para Nilotinibe, N = 38, 14 apresentaram anemia (36,8%), 09 trombocitopenia (23,7%) e 05 neutropenia (13,1%), uma frequencia menor do que a com Imatinibe. Outros eventos adversos foram: cefaleia 14 (36,8%), mialgias 14 (36,8%), erupções pruriginosas 12 (31,6%), câimbras 11 (28,9%), náuseas 10 (26,3%). Foram 26 pacientes com Dasatinibe e anemia em 12 (46,1%), trombocitopenia em 9 (34,6%) e neutropenia em 9 (34,6%). Os principais eventos não hematológicos foram: Cefaleia 9 (34,6%), Mialgias 9 (34,6%), Caimbras 8 (30,8%), Erupções pruriginosas 7 (26,9%) e Derrame Pleural 3 (11,5%).

Discussão

De uma maneira geral, as reações adversas com maior número de casos nos pacientes em tratamento com os inibidores de tirosina quinase foram as hematológicas. Câimbras, edema, dor muscular, náuseas, cefaleia, diarreia e erupções pruriginosas foram as não hematológicas mais frequentes. Podemos dizer que a anemia, neutropenia e trombocitopenia são comumente encontradas nesses pacientes após o início do tratamento, pois a leucemia ocupa a medula óssea, e passa a ser responsável pela hematopoiese, e quando inibida leva às alterações descritas.

Conclusão

Os eventos adversos são frequentes e podem atrapalhar o tratamento, tendo por vezes que ser manejado pelo médico, pois pode levar o paciente a uma inadequada adesão. Como o tratamento da LMC é vitalício, e depende do compromisso do paciente, o manejo adequado dos eventos adversos se torna essencial.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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