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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S194 (Outubro 2023)
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA
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EG Pradoa, LBG Barbosaa, MM Rayola, MV Pachecoa, AFC Vecinaa, JR Assisa, MA Gonçalvesb, DR Spadaa, EAD Santosb, MG Cliqueta
a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil
b Conjunto Hospitalar de Sorocaba (SES/SECONCI), Sorocaba, SP, Brasil
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HEMO 2023

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Objetivos

Avaliar a qualidade de vida, dados clínicos, demográficos e laboratoriais de pacientes com leucemia mieloide crônica em tratamento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) pois o tratamento da doença pode por seus efeitos colaterais afetar a qualidade de vida dos pacientes.

Material e métodos

O estudo analisou 100 prontuários de pacientes com Leucemia Mieloide Crônica (LMC) em tratamento no CHS. Foram coletadas informações como gênero, idade, idade ao diagnóstico, tratamento inicial e atual, além de dados ao diagnóstico como níveis de hemoglobina, plaquetas, leucócitos e tamanho do baço. Também foram realizadas 91 aplicações da Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida SF-36, de forma presencial nos consultórios do CHS ou de forma virtual (ligações telefônicas e chamadas de vídeo).

Resultados

Dos 100 prontuários analisados, houve uma predominância de pacientes do sexo feminino (54%) em relação ao sexo masculino (46%). A média de idade atual dos pacientes foi de 55 anos, enquanto a idade ao diagnóstico foi de 47,5 anos. 84% dos pacientes receberam hidroxiureia no momento de suspeita da LMC, e após a confirmação do diagnóstico, 100% iniciaram o tratamento com Imatinibe. Atualmente, 57% estão em uso de Imatinibe, 27% de Nilotinibe, 15% de Dasatinibe e apenas 1% de Ponatinibe. Os principais achados nos exames de hemograma ao diagnóstico foram anemia (76,9%), leucocitose (86,9%) e plaquetose (38,4%). Em 28 prontuários, não havia informações sobre a palpação do baço, mas dos 72 pacientes com essa informação, 68% apresentavam esplenomegalia. Quanto à qualidade de vida, 91 pacientes participaram da aplicação do questionário, sendo 56% mulheres e 44% homens. Os pacientes avaliados obtiveram média de notas inferiores em todos os 8 domínios do SF-36 em comparação com a população normativa brasileira. Observou-se também que pacientes do sexo feminino tiveram escores mais baixos em todos os domínios em comparação aos pacientes do sexo masculino. Os dois domínios com valores mais baixos nos pacientes com LMC foram o de vitalidade e de estado geral da saúde, assim como da população brasileira comparada.

Discussão

Foi observado que o sexo feminino apresentou ligeira predominância em relação ao masculino, diferindo dos dados encontrados na literatura. No entanto, a média de idade encontrada nos pacientes com LMC do estudo estava dentro da faixa observada em outros estudos. Já a mediana de idade ao diagnóstico encontrada, embora acima, ficou próxima dos valores de estudos anteriores. Os achados laboratoriais também foram compatíveis com a literatura, com anemia, leucocitose e plaquetose sendo os mais comuns. A esplenomegalia foi o sinal clínico mais documentado. Os resultados indicaram que mesmo nos tempos atuais, com o uso de inibidores de tirosino qinase, a LMC impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, tanto devido aos sinais e sintomas da doença quanto pelos efeitos colaterais dos medicamentos, acrescentando-se o impacto emocional e social da neoplasia. Isso reforça estudos que sugerem a interrupção do tratamento com Inibidores de Tirosina Quinase (ITQ) para pacientes com critérios para tal, ou seja, remissão livre de terapia (TFR – Therapy Free Remission).

Conclusão

A LMC é uma doença que afeta a qualidade de vida dos pacientes, e os resultados deste estudo mostraram que os escores de qualidade de vida dos pacientes em tratamento para LMC foram inferiores aos da população normativa brasileira.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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