
Avaliar a resposta de estudantes de ensino médio em relação ao conteúdo de genética de grupos sanguíneos e conscientizar sobre a importância da doação de sangue.
Material e MétodosO estudo foi realizado no segundo ano do ensino médio, período noturno, em uma escola pública, em que foi aplicado um questionário antes de ser ministrado o conteúdo. As perguntas foram em sua maioria de múltipla escolha, para avaliar o nível de conhecimento sobre o tema e as respostas: “Nunca ouvi falar / Já ouvi falar, mas bem pouco / Já sei quase tudo / Já sei tudo sobre o conteúdo”. Outras questões abordavam o conhecimento sobre a doação de sangue, sua importância, os requisitos para doar, os receios da população e a questão de incompatibilidade. O questionário foi finalizado por uma questão dissertativa do porquê uma pessoa não pode receber qualquer tipo sanguíneo. Em seguida, o conteúdo foi transmitido aos alunos de maneira expositiva e prática. Ao final das aulas, um questionário semelhante ao primeiro foi aplicado para avaliar a compreensão dos tópicos abordados. As frequências foram analisadas no programa IBM SPSS Statistics 20.
Resultados e DiscussãoO formulário teve 20 respondentes. Os dados foram divulgados de forma anônima. As primeiras questões estavam relacionadas a alguns termos que seriam abordados durante as aulas. O termo “Sistema ABO” teve um total de 10% que já sabiam sobre o assunto, frequência que subiu para 59% após a aula. Outro dado que chamou atenção foi o conhecimento sobre o “Fator Rh”. Antes de o assunto ser abordado, vários deles perguntaram onde estava o “positivo e negativo” do sangue. Entretanto, ao responder o questionário 50% alegou não ter conhecimento sobre esse tema. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) diz que o estudante deve compreender, mesmo que de forma superficial, o DNA, sua localização, estrutura e função. Entretanto, não há estímulo para que os alunos compreendam a ligação da macromolécula com a expressão de características. Por isso, assuntos que são abordados no cotidiano são uma grande oportunidade para os estudantes compreenderem tanto a teoria quanto a prática. Outra questão do formulário prévio foi em relação ao conhecimento a respeito dos requisitos necessários para ser doador de sangue. Metade da turma respondeu que era necessário 12 horas de jejum para poder doar. Com isso, observa-se a relação no conhecimento popular com exames laboratoriais que exigem de 8 a 12 horas de jejum.O receio em doar se mostrou mais frequente por medo de agulha. Outro ponto importante foram as questões religiosas, pois, alguns estudantes comentaram sobre a questão de algumas religiões não permitirem a doação e a transfusão de sangue.
ConclusãoCom essa abordagem os estudantes conseguiram compreender os conceitos de genética quando associados com a temática de tipos sanguíneos. Além disso, o trabalho mostrou que entendem a importância da doação de sangue e o porquê de certas pessoas não poderem receber determinado tipo sanguíneo. Outro ponto relevante foram as frases associadas com a doação de sangue já ouvidas e o conhecimento a respeito da incompatibilidade entre o sangue da mãe e do filho. Esses dados serviram de base para a ampliação dessa pesquisa, que acontecerá no ano de 2022 envolvendo realidades escolares e currículos diferentes em virtude do período de transição para o Novo Ensino Médio que está acontecendo no estado de São Paulo.