Introdução: A aloimunização é um evento provacado a partir da exposição anterior a antígenos não próprios a um indivíduo. A aloimunização materna pode causar na mulher quadros de abortos sucessivos ou sem assintomático e para tal, a mulher precisa ser RhD negativa, ter parceiro RhD positivo e filho RhD positivo. No entanto, em sua prole este evento pode levar ao desenvolvimento da Doença Hemolítica Perinatal ou DHPN que pode evoluir de forma leve com icterícia branda, exigindo apenas uma fototerapia ou formas mais graves onde seja necessária a indicação de transfusão intrauterina (TIU), exsanguíneotransfusão (EXT) ou até mais o aparecimento de kernicterus ou ainda levar ao óbito fetal ou neonatal. Objetivo: Este presente estudo teve como objetivo analisar os principais desfechos neonatais e fetais devido a DHPN, gerados pelo evento da aloimunização materna. Materiais e métodos: Estudo retrospectivo e quantitativo, realizado no Centro Nacional da Criança, da Mulher e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF), uma unidade de assistência, pesquisa e ensino da FIOCRUZ. As mulheres RhD negativas foram localizadas através de sistema informatizado no Centro no período de 2004 a 2012. Depois da identificação inicial, foi realizada busca ativa em prontuários para localizar esses desfechos. O trabalho foi iniciado após aprovação do CEP/IFF/FIOCRUZ. Resultados: No período estudado foram identificadas 289 gestantes aloimunizadas, destas 47% não receberam a imunoprofilaxia em gestação ou evento anterior e tiveram seus filhos afetados pela DHPN. As morbidades mais frequentes foram a TIU em 54% dos casos e 64% necessitaram de EXT. A fototerapia foi descrita em 46% dos casos. O óbito neonatal também foi observado neste estudo, das gestantes aloimunizadas que não receberam a prevenção e com isso, foi obseravado que 54% tiveram como desfecho o óbito neonatal ou fetal. Discussão: É importante salientar que a aloimunização embora não tenha números precisos na população brasileira, gera custos emocionais e sociais, visto que seu desdobramento, a DHPN leva à inúmeros desfechos desde a fototerapia em casos leves até a TIU, EXT e óbito fetal e neonatal. Contudo, são pertinentes análises mais recentes sobre essa temática, uma vez que este estudo inclui apenas um Centro, sendo necessária a inclusão de mais Centros de Referência envolvidos com o cuidado materno-infantil nos demais estados do Brasil. Conclusão: Foi observado altas taxas de desfechos pertinentes a DHPN devido à aloimunização materna. Os principais identificados foram: fototerapia, TIU, EXT e óbito. Todavia, futuros estudos são necessários para corroborar essa tendência de aumento nos anos subsequentes no mesmo Centro e verificar a tendência em outros estados no mesmo período para assim, podermos ampliar a discussão sobre essa temática.
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