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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S903-S904 (outubro 2024)
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PREVALÊNCIA E PERFIL DOS DOADORES DE SANGUE COM SOROLOGIA REAGENTE PARA SÍFILIS EM UM HEMOCENTRO PÚBLICO DO RECIFE
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JCA Tavares, AC Pinheiro, MPL Vieira, DAT Melo, AFC Oliveira, JIOD Santos, SAA Silva, RMDL Neta, LPL Miranda, JFLD Santos
Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

: A sífilis é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum e sua transmissão ocorre por via sexual e vertical. O diagnóstico laboratorial da sífilis pode ser realizado dois tipos de testes, os treponêmicos (ex. eletroquimioluminescência) que detectam os anticorpos específicos para antígeno T. pallidum, e os não treponêmicos (ex.VDRL) que detectam anticorpos que não são específicos contra T. pallidum, porém estão presentes na sífilis.

Objetivo

: Identificar a prevalência de sífilis em doadores de sangue, assim como o perfil desses doadores em um hemocentro público do Recife.

Metodologia

Foram investigados através de amostras de sangue periférico pelos métodos de eletroquimioluminescência (CMIA) e VDRL na população de doadores de sangue do Hemocentro Público do Recife no período de março de 2023 a fevereiro de 2024. Foi realizado um estudo epidemiológico do tipo transversal, retrospectivo e estatística descritiva. Os serviços de hemoterapia, de acordo com a legislação vigente, podem optar em realizar a triagem para a sífilis com um teste treponêmico ou não-treponêmico, escolhendo o teste que melhor atende a realidade do serviço. Os doadores de sangue foram convocados ao hemocentro se no exame da doação de sangue pela CMIA forem positivos, pelo protocolo repete-se a CMIA e faz-se o VDRL. Casos de positividade apenas na CMIA são inaptos para doação pelo perfil imunológico no serviço por ser o método escolhido para triagem da doação, casos de positividade em CMIA e VDRL são encaminhados para avaliação de tratamento na rede conveniada ao hemocentro. Foram avaliados também o perfil dos doadores de acordo com gênero, idade e município.

Resultados

No período analisado, foram coletadas bolsas de 68.452 doadores, sendo que desses, 1104 doadores (1,6% das doações) apresentavam sorologia reagentes para sífilis. A maioria dos doadores apresentava idade entre 30-39 anos (302 doadores-27,3%), seguido dos doadores de 18-29 anos (295 doadores-26,7%). A maior positividade foi em doadores do sexo masculino (699/63,3 %) e 345/31,25% eram moradores do Recife. Dos doadores positivos, 526/47,6% retornaram ao serviço enquanto 578/52,4% não retornaram. Dos que retornaram, 14(2,6%) negativaram podendo ser regatados para contribuir em futuras doações, 294(55,8%) positivaram apenas para CMIA , sendo inaptos para doação de sangue pelo perfil imunológico no serviço e 218(41,4%) foram encaminhados pela positividade nos dois testes para avaliação de tratamento.

Discussão

: Comparando a taxa de doadores de sangue reagentes para sífilis com os dados observados na literatura brasileira, verificamos dados semelhantes, tendo em vista que a maior positividade é em jovens do gênero masculino. Um dado que chama a atenção é que a maioria dos doadores não retornou ao serviço mesmo tendo sido convocados por carta e telefonema. O índice de descarte sorológico dos doadores reagentes para sífilis é considerado alto, evidenciando a importância da triagem sorológica e conscientização da população a respeito da doença e sua transmissão.

Conclusão

: É sabido sobre a alta frequência de sífilis na população geral, sendo considerado um problema de saúde pública e ,dessa forma, necessita-se reduzir as perdas de bolsas sanguíneas por descarte em virtude de sorologia reagente na doação. É importante lembrar da reatividade para sífilis, mesmo após a cura, nos testes treponêmicos, o que impossibilita pessoas que já tiveram sífilis a doarem sangue.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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