O voto de auto exclusão (VAE) de doadores de sangue tem a função de proporcionar maior segurança transfusional, pois é uma chance a mais de o doador garantir que a utilização do seu sangue seja segura. Contudo, para a boa seleção de doadores é crucial a triagem minuciosa pelo profissional que realiza a entrevista do doador. Atualmente, no Hemovida de Bauru, o VAE é realizado logo após a triagem clínica, em uma tela de computador voltada somente para o doador, sendo de maneira sigilosa. Ao selecionar essa opção a bolsa será descartada no momento do processamento. No entanto, mesmo a bolsa sendo descartada a triagem sorológica é realizada no sangue dos doadores autoexcluídos. Com isso, é possível identificar a prevalência dos marcadores sorológicos (HIV, HTLV, Hepatites B e C, Chagas e Sífilis) nesses doadores e demonstrar se há efetividade no VAE. Para isso, foi realizado um estudo retrospectivo, utilizando dados do sistema informatizado Realblood , da prevalência dos marcadores sorológicos positivos nos VAE de doadores no período de janeiro de 2018 a junho de 2023. A metodologia utilizada na triagem dos doadores para todos os marcadores foi a quimioluminescência e o teste confirmatório para Sífilis foi FTA-abs. Foram coletadas 28.463 bolsas de sangue, sendo 113 (0,40%) descartadas pelo VAE e apenas 3 (0,0001%) com sorologia alterada, sendo as três reagentes para Sífilis, com teste confirmatório IgM e IgG não reagente. Dessa forma, foi possível observar que o percentual dos marcadores sorológicos positivos entre os doadores autoexcluídos não foi significativo quando comparado com 113 bolsas descartadas (2,65%), sendo provavelmente ainda resultados falsos positivos, devido a negatividade dos confirmatórios. Dessa forma, foi concluído que a utilização do VAE na triagem de doadores ainda é controvérsia e não totalmente eficaz, pois há um grande descarte de bolsas com sorologia negativas, sendo que a grande maioria das sorologias positivas do período estão nos doadores que não se autoexcluíram. Ademais, há evidências na literatura de baixo risco de transfusão na janela imunológica, além de hoje em dia o tempo de detecção na janela imunológica estar cada vez menor com o avanço da tecnologia dos testes sorológicos. Ainda, o VAE muitas vezes pode também ser ineficaz pela falta de compreensão por parte do doador, ocorrendo a autoexclusão por engano. Contudo, medidas como ações educativas a respeito da doação e a conscientização da comunidade de que a doação é um ato altruísta, de solidariedade, que salva muitas vidas e não de avaliação de rotina de exames de sangue, podem ajudar a melhorar a eficácia do VAE.
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