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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S128-S129 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S128-S129 (outubro 2024)
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PREVALÊNCIA DE TUBERCULOSE LATENTE EM PACIENTES ADULTOS COM MALIGNIDADES HEMATOLÓGICAS VIRGENS DE TRATAMENTO E EM CANDIDATOS A TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS – ESTUDO TRANSVERSAL
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PN Barbosa, AL Oliveira, SG Coelho, ACP Silva, GBM Szeneski, C Solza, MCP Maioli, LS Rodrigues
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

Determinar a prevalência da tuberculose latente (ILTB) em pacientes onco-hematológicos utilizando o teste QuantiFERON-TB Gold Plus (QFT-Plus, IGRA) e avaliar o impacto da razão de linfócitos T CD4/CD8 em sangue periférico.

Método

Estudo transversal, prospectivo realizado no Serviço de Hematologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), UERJ no período de novembro de 2023 a junho de 2024. A detecção de ILTB foi determinada pelo teste QFT-Plus pareado com a análise de populações de linfócitos T CD3+, CD4+ e CD8+ utilizando Imunofenotipagem por citometria de fluxo. Os grupos de pacientes avaliados foram: adultos recém diagnosticados com neoplasias hematológicas virgens de tratamento (grupo 1) e adultos candidatos a transplante autólogo de medula óssea (grupo 2) acompanhados no HUPE. O grupo 1 foi subdividido em leucemias agudas (LA), neoplasias linfoproliferativas (LPL), mieloma múltiplo (MM) e neoplasias mieloproliferativas (MPL).

Resultados

Até o momento, foram recrutados 61 pacientes onco-hematológicos: 85,2% do grupo 1 e 14,8% do grupo 2. Desses 61 pacientes, 9,8% foram positivos para o teste IGRA e 11,4% foram indeterminados. Entre o grupo 1: 9,6% foram positivos e 9,6% IND; no grupo 2: 11,1% foram positivos e 22,2% foram IND. Analisando os casos positivos: 33,3% eram LPL, 33,3% MM, 16,7% LA e 16,7% grupo 2. Nos casos IND: 42,8% eram LPL, 14,3% MM, 14,3% LA e 28,6% do grupo 2. Foi observado que o grupo de pacientes com IGRA IND apresentavam baixos valores absolutos de linfócitos T CD3+ comparado aos demais grupos (p < 0.05). A maioria dos pacientes (70,69%) apresentou razão T CD4/CD8 ≤ 2, não sendo observadas diferenças significativas entre os pacientes com IGRA negativo, positivo e IND. Os testes de proporção e qui-quadrado não mostraram, até então, diferenças significativas na distribuição dos resultados IGRA entre os grupos e tipos de doenças. Os casos IGRA positivos foram investigados quanto à atividade da doença e receberam o tratamento preconizado pelo Ministério da Saúde.

Discussão

Sabemos que não é conhecida a prevalência de ILTB na população brasileira em geral ou em pacientes onco-hematológicos, porém, em relação a tuberculose (TB) ativa, o Brasil ocupa a 15ª posição mundial em maior carga infecciosa. O estudo apresentado pela 8th European Conference on Infections in Leukaemia, em 2022, estimou uma prevalência de 0-15% de ILTB em paciente onco-hematológicos, embora careça de dados por regiões, que assim como o Brasil, apresentam grande prevalência de TB. Em nosso trabalho encontramos, até esta data, 9,8% de casos IGRA positivos e 11,4% de casos IND, o que é similar à de outros estudos utilizando outros grupos populacionais. No entanto, esta frequência não se relacionou com a razão de linfócitos T CD4/CD8 e sim com os baixos valores absolutos de linfócitos T.

Conclusão

A relativa baixa prevalência de ILTB entre pacientes onco-hematológicos em nossa amostra, sugere um possível impacto da imunossupressão induzida pelas patologias de base, hipótese reforçada pelos valores absolutos de linfócitos totais nos pacientes com IGRA IND. A continuidade da coleta de dados com o aumento dos casos e a recoleta dos casos IND em momentos de menor imunossupressão podem revelar tendências cruciais sobre o teste QFT-Plus no diagnóstico de ILTB neste grupo. Acreditamos que esses dados poderão ser essenciais para orientar estratégias de triagem e manejo da ILTB em pacientes onco-hematológicos, num país onde a TB é tão prevalente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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