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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1185 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S1185 (outubro 2024)
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PREVALÊNCIA DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS NA FUNDAÇÃO HEMOPA NO PERÍODO DE 2018 A 2024
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CNB Durães, TMG Castro, ASB Costa
Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia (Fundação HEMOPA), Belém, PA, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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As reações transfusionais são intercorrências que ocorrem durante ou após a transfusão de hemocomponentes, podendo ser imediatas ou tardias (após 24h). Esses eventos adversos são uma grande preocupação no tratamento hematológico, pois podem causar graves prejuízos ao paciente, incluindo óbito. Por isso, é crucial notificar essas reações à Vigilância Sanitária, o que pode ajudar a encontrar maneiras de reduzi-las. Este estudo visa descrever o número de casos de reações transfusionais notificadas pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Estado do Pará (Fundação HEMOPA), analisando a prevalência e os tipos mais frequentes de janeiro de 2018 a julho de 2024.

Materiais e método

Este é um estudo, descritivo com abordagem quantitativa, realizado com dados sobre reações transfusionais do Sistema de Bancos de Sangue (SBS.Web) da Fundação HEMOPA de janeiro de 2018 a junho de 2024. As variáveis coletadas incluíram notificações na Sala de Transfusão (ST) do HEMOPA, na Agência Transfusional (AT) de um hospital particular gerido pelo HEMOPA, tipo de reação transfusional e quantidade de transfusões. O software Microsoft Excel foi utilizado para organizar e sistematizar os dados, e técnicas estatísticas de análise descritiva foram aplicadas.

Resultados

No período de 2018 a 2023, foram registrados no SBS.WEB 189 casos de reações transfusionais no hemocentro coordenador da Fundação HEMOPA referente às transfusões ocorridas na Sala de Transfusão do HEMOPA. Segundo o SBS.WEB, ocorreram diversos tipos de reações transfusionais, das quais elencam-se as mais recorrentes: Reação Alérgica Leve com 99 casos (48,3%), Reação Febril Não Hemolítica (RFNH) com 50 casos (24,4%), seguida de Aloimunização/Aparecimento de anticorpos irregulares (ALO/PAI) com 22 (10,7%), outras reações imediatas com 20 casos (9,8%), Reação Alérgica Grave (ALG) com 5 (2,4%), Reação Alérgica Moderada com 5 casos (2,4%), Reação Hipotensiva com 2 (1,0%), Dor Aguda com 1 caso (0,5%) e Hemólise Não Imune com 1 caso (0,5%). No que tange ao número de transfusões, foram realizadas 9.221 transfusões. Em comparação ao número de reações notificadas, tem-se o equivalente a apenas 2,2% (189 casos).

Discussão

Segundo os resultados, em todos os anos houve a predominância de reações transfusionais do tipo imediata, principalmente reação alérgica leve (48,3%), seguida de reação febril não hemolítica (24,4%). Um estudo com enfermeiros de um hospital em Recife revelou que 49% dos profissionais nunca monitoraram transfusões, o que pode contribuir para a subnotificação, especialmente das reações leves, que muitas vezes passam despercebidas. Quanto ao tipo de reação, predominam as mais leves, sendo a RFNH o tipo mais comum, como comprovado em diversos estudos. A RFNH é autolimitada e benigna, não exigindo intervenção terapêutica, mas sua identificação e notificação são essenciais para a segurança transfusional.

Conclusão

A pesquisa revelou que há predominância de reação transfusional imediata e de gravidade leve. Entretanto, como a transfusão é uma terapia complexa, é essencial monitorar o processo transfusional a fim de garantir que os procedimentos hemoterápicos sejam realizados com segurança e qualidade, o que pode minimizar eventos adversos à transfusão sanguínea.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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