
Verificar a prevalência de doenças infecciosas nos testes de triagem sorológica, realizando a comparação entre os sexos dos doadores, correlacionando os doadores de sangues de primeira vez (DSPV), doadores esporádicos (DE) e os doadores de repetição (DR).
Materiais e métodosOs dados para o levantamento do histórico do doador, foram extraídos, de forma retrospectiva, dos períodos de janeiro de 2021 a dezembro de 2021, por meio do sistema informatizado utilizado na instituição, com a finalidade de comparação dos resultados. A análise do perfil epidemiológico corresponde ao: tipo de doador (esporádico, primeira vez e reposição) e sexo do doador (masculino e feminino). Em todas as amostras foram realizadas a triagem sorológica, dentro do preconizado na legislação, sendo utilizado os métodos de quimiolumonescência para os marcadores HBsAg, Anti-HBc, Anti-HCV, Chagas, Anti-HIV 1,2, Sífilis, Anti-HTLV 1,2 e PCR Tempo Real para os marcadores NAT HIV 1-2, NAT HCV PCR, NAT HBV PCR. Nas amostras reativas em algum dos marcadores, foi realizada a repetição em duplicata dos testes, as bolsas envolvidas nesta doação foram descartadas e os doadores foram convocados para uma nova coleta de amostra e orientado.
ResultadosForam coletadas 38.619 amostras, onde 6.395 (16,56%) foram doadores esporádicos (DE), sendo 2.715 (42,45%) do sexo feminino e 3.680 (57,55%) masculino. Dos doadores de sangue de primeira vez (DSPV) foram coletadas 19.881 (51,48%), sendo 9.949 (50,04%) mulheres e 9.932 (49,96%) homens. Em relação aos doadores de repetição (DR) foram coletadas 12.343 (31,96%), sendo 4.864 (39.41%) do sexo feminino e 7.479 (49,96%) do sexo masculino. Das triagens sorológicas obtivemos positividade em 554 amostras (1,43%). Dentre os 6.395 DE foram encontrados 51 casos (0,80%) de triagens sorológicas positivas. Destes, encontramos 11 casos (21,57%) em mulheres e 40 casos (78,43%) em homens. Nos DSPV foram obtidas 19.881 amostras, onde encontramos 482 casos (2,42%) de positividade na triagem sorológica, sendo destes, 208 casos (43,15%) do sexo feminino e 274 casos (56,85%) do sexo masculino. Entre os DR obtivemos a coleta de 12.343 amostras e encontrados 21 casos (0,17%) de triagem sorológica positiva e destes, 10 casos (47,62%) eram mulheres e 11 casos (52,38%) eram homens.
DiscussãoOs dados apontam a prevalência nas doações no período analisado em doadores primeira vez (DSPV), seguidos de doadores de repetição (DR) e por último de doadores esporádicos (DE). Em relação ao percentual de triagem sorológica positiva para um dos marcadores prevaleceu em primeiro lugar em doadores considerados de primeira vez, em segundo lugar doadores de repetição e em terceiro lugar doadores esporádicos. Não observamos uma comparação significativa entre os gêneros masculino e feminino em relação ao marcador sorológico, exceto para as doações esporádicas, onde há maior positividade nas amostras de doadores do sexo masculino.
ConclusãoC oncluímos que devemos trabalhar meios de fidelização, através de campanhas que promovam o retorno desse grupo de doadores, para dar continuidade à suas doações regularmente, visando a diminuição de positividade de marcadores sorológicos, otimização de recursos e a garantia de doações seguras para os pacientes a serem submetidos a processo transfusional.