
A doença de Chagas humana (DC) constitui uma endemia predominantemente rural, com a estimativa de prevalência da infecção de 16 a 18 milhões de indivíduos nos diversos países do continente americano, estando relacionada a fatores ambientais, sociais e políticos. Na década de 1970, as transfusões de sangue se concentravam nas grandes cidades brasileiras onde a tecnologia era rudimentar, existia alta proporção de doadores remunerados, não havia controle do produto transfundido e a cobertura de testes sorológicos para doença de Chagas em doadores de sangue era menor que 20%.
ObjetivoO presente trabalho teve como objetivo conhecer a prevalência de Trypanosoma cruzi entre os candidatos a doação de sangue, em um hemocentro de uma região do nordeste brasileiro.
Material e métodosOs dados foram obtidos pelo sistema informatizado do Hemocentro no período de janeiro a dezembro no ano de 2019. Os métodos utilizados para a triagem sorológica foi ELISA (ensaio imunoenzimático), e os testes confirmatório através do IFI (imunofluorescência indireta).
ResultadosDo total de 26.831 pessoas que doaram em 2015, houve um percentual de 94,3% de bolsas liberadas pela sorologia; 5,6% foram reagentes para alguma doença infecciosa e, dessas, 5,5% tiveram bolsas bloqueadas por apresentarem sorologia reagente para doença de Chagas, desses, sendo que das bolsas bloqueadas, apenas 13 pacientes (65%) tiveram sorologia reagente confirmada para Chagas, destes; 76,9% eram do sexo masculino e 23,0% do sexo feminino, e a idade foi entre 28 e 58 anos e média de idade entre estes foi de 44 anos.
DiscussãoA pesquisa mostrou uma diminuição da doença de chagas em relação aos anos anteriores, no entanto se faz necessário maior ênfase nas entrevistas realizadas na triagem clínica e sorológicas para reduzir a contaminação pelo Trypanossoma cruzi em bancos de sangue.
ConclusãoConhecer o perfil do doador inapto é importante para a garantia da prática hemoterápica segura, evitando a transmissão de doenças infecciosas a partir da transfusão de sangue.