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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1143 (outubro 2024)
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HEMO 2024
Páginas S1143 (outubro 2024)
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PREVALÊNCIA DE AVC EM ANEMIA FALCIFORME NA BAHIA
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CCVF Silvaa, MEFD Santosa, ATS Oliveiraa, CTS Veigaa, GM Santosa, GF Oliveiraa, MES Fontinelea, MC Rabeloa, LOL Spinellia, TCC Fonsecab
a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Ilhéus, BA, Brasil
b Grupo de Apoio à Criança com Câncer Sul Bahia, Itabuna, BA, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia hereditária causada pela presença de hemoglobina S (HbS) anormal nas hemácias. Pacientes com DF podem enfrentar complicações cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC). Este estudo objetiva analisar a correlação entre anemia falciforme e a incidência de AVCs em pacientes na Bahia, destacando a epidemiologia dessas condições na região.

Material e métodos

Trata-se de uma revisão bibliográfica utilizando artigos das plataformas PubMed, Periódicos CAPES e Scielo. Foram selecionados os descritores “AVC”, “Anemia Falciforme” e “Bahia”. Consideraram-se artigos publicados nos últimos 5 anos, excluindo materiais de “revisão”, “revisão sistemática” e “meta-análise”. Foram considerados 3 artigos viáveis ao estudo.

Resultados

Dos 776 artigos encontrados, 712 foram excluídos após aplicação dos filtros. Dos restantes, 41 foram removidos após leitura dos títulos e resumos, e 20 não se adequaram aos objetivos propostos, resultando em 3 artigos eleitos. Da seleção, 2 são estudos de coorte e 1 é um estudo transversal, abrangendo um período de pesquisa de 1998-2017 e um total de 801 pacientes. Abordando os tipos de AVC, dos artigos encontrados, apenas um buscou diferenciar a etiologia, caracterizando 92% (n = 62) como acidente vascular isquêmico, 2,9% (n = 2) como acidente vascular hemorrágico e 4,4% como infartos silenciosos. Todavia, devido ao pequeno número de pacientes com AVC confirmados por exames de imagem, não foi possível fazer maiores conclusões sobre sua caracterização. Em relação aos pacientes com DF e histórico de AVC positivo, um estudo mostrou uma diferença de 64,2% de mulheres para 35,8% de homens, enquanto outro indicou maior número de casos em homens, e o terceiro não estabeleceu relação. Referente à faixa etária, um dos trabalhos apontou idade mais avançada como fator de risco (mediana de 53 anos vs. 37,5 anos, p = 0,048), outro apresentou uma média de 12,4 anos para desenvolver o AVC, e o terceiro não forneceu dados a respeito.

Discussão

Observa-se uma maior prevalência de AVC nos pacientes com DF, cerca de 3,75%, associado a aspectos fisiopatológicos, como aumento do dano endotelial e associação com fatores genéticos. O estudo realizado na região Nordeste aponta essa relação, identificando que os polimorfismos genéticos dos pacientes com DF, incluindo o haplótipo homozigoto CAR/CAR, obtiveram resultados que comprovaram um risco 3 vezes maior de desenvolver AVC, comparado ao grupo não-CAR/CAR. Além disso, foi revelado uma maior susceptibilidade no sexo feminino quanto à prevalência de AVC, o que pode estar associado à maior procura do sexo pelos serviços de saúde. Quanto à idade, analisa-se que os pacientes com DF e idade mais avançada possuem um fator de risco adicional quanto ao desenvolvimento de doença cerebrovascular, possivelmente ligado ao processo de envelhecimento e enrijecimento arterial, podendo explicar sua correlação.

Conclusão

A leitura dos artigos evidencia a existência de fatores de risco para a incidência de AVC em indivíduos com DF, como polimorfismo genético, idade e sexo. Dada a quantidade de estudos encontrados, percebe-se uma deficiência de informações sobre a temática na Bahia, assim como estudos voltados à DF e não à anemia falciforme de forma específica. Portanto, identificar os fatores de risco é crucial para a caracterização dessa condição no estado, mas é necessária uma base de dados mais robusta sobre o tema.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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