
A anemia, segundo a Organizacao Mundial de Saúde (OMS), é a condição na qual o conteúdo de hemoglobina no sangue está abaixo de valores esperados, ajustados para idade e sexo. Em crianças entre 6 meses e 5 anos, é caracterizada por valores de hemoglobina menores que 11 g/dl. A OMS relata que cerca de 40% das crianças entre 6 a 59 meses têm anemia. No Brasil, a anemia ferropriva atinge 20,9% das crianças menores de 5 anos, com variações regionais significativas. Compreender a realidade local e crucial para propor políticas públicas eficazes de intervenção. Diante do exposto objetivou-se determinar a prevalência da anemia em crianças de 6 a 60 meses atendidas nas Unidades Básicas de Saúde de Itapetininga em 2023; identificar o perfil epidemiológico da anemia nessa população; descrever os fatores de risco associados á anemia; investigar a relação entre anemia e indicadores de saúde materno-infantil; analisar o impacto da anemia no desenvolvimento físico das crianças menores de 5 anos. O mesmo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, garantindo a proteção dos dados e o anonimato dos participantes. O estudo é transversal, retrospectivo e quantitativo, realizado em Itapetininga - SP, com população de 167.106 habitantes. A cidade tem alto IDH de 0,763. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a cobertura de Atenção Primária a Saúde (APS) no município é de 61,50%. Os critérios de Inclusão: Crianças de 6 a 60 meses que realizaram pelo menos um hemograma no período de Janeiro a Dezembro de 2023, com valores de hemoglobina menores que 11 g/dl. Sendo considerados Critérios de Exclusão: Crianças fora da faixa etária, sem hemograma no período de estudo. Os resultados obtidos ainda estão passando por uma criteriosa análise estatística utilizando o programa estatístico SPSS Statistics, versão 25. Ainda em análise, para avaliação da distribuição de normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov. Já para verificar o grau de associação entre VCM, RDW, peso ao nascer, número de consultas de puericultura, aleitamento materno até o sexto mês e suplementação profilática de ferro com a gravidade da anemia, foram determinados pontos de corte para essas variáveis para posterior aplicação da análise de Chi-Quadrado (teste X2). Para a discussão, mas ja foi possível identificar que 1786 crianças realizaram exame no período, das quais 125 apresentavam anemia (6,99%). 55,2% da amostra era do sexo masculino e a mediana da idade ao diagnóstico da anemia foi de 21,52 meses. 6,4% e 13,2% da amostra respectivamente apresentavam peso e altura (Z-score) < -2. Dos fatores de risco sabidamente associados à anemia nessa faixa etária que puderam ser acessado nos prontuários 18,4% da amostra tiveram peso ao nascimento menor que 2500 gramas, 44,8% da amostra fizeram menos que 7 consultas de puericultura no primeiro ano e apenas fizeram a suplementação com sulfato ferroso na idade (47,2%) e dose recomendada (60%). Quanto ao tratamento apenas 14,4% da amostra utilizaram a dose recomendada. Ao tracar o perfil atual da prevalência da anemia entre menores de cinco anos no município de Itapetininga é possível uma compreensão do panorama atual do diagnóstico do problema e traçar as próximas etapas necessárias à intervenção.