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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S871 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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PREVALÊNCIA DE ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA EM PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME EM REGIME DE TRANSFUSÃO DE TROCA MANUAL E ERITROCITAFÉRESE
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JPD Borgesa, TF Vieirab, MJ Vieiraa, E Fittipaldia, MCAV Conradoa, RA Cardosoa, AM Juniora, VG Rochaa, CL Dinardoa
a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
b Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução/objetivo

As transfusões de troca permitem o controle dos níveis de HbS e de hematócrito otimizando a oxigenação e prevenindo a ocorrência de complicações relacionadas a anemia falciforme (AF). No entanto, esta metodologia terapêutica torna frequente a exposição desses pacientes a hemácias alogênicas por necessitar de maior quantidade de unidades de concentrado de hemácias, portanto, acentuando o risco da aloimunização. O objetivo deste estudo é avaliar a taxa de aloimunização em pacientes com AF submetidos a transfusão de troca manual e eritrocitaférese.

Material e métodos

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo transversal pela análise dos resultados de testes imunohematológicos pré-transfusionais (Pesquisa de Anticorpos Irregulares e Identificação) e histórico de pacientes com AF atendidos no primeiro semestre de 2024, em regime mensal de transfusão de troca manual e eritrocitaférese.

Resultados

: Foram atendidos 52 pacientes neste período, sendo que 38 (73,07%) deles realizaram transfusão de troca manual e 14 (26,93%) realizaram eritrocitaférese. A taxa de aloimunização geral foi de 71,15%. No grupo de transfusão de troca manual, 26 (60,52%) pacientes são sensibilizados, sendo identificados 61 aloanticorpos e 34 autoanticorpos. Enquanto no grupo de eritrocitaférese, 11 (78,57%) pacientes são aloimunizados e identificados 28 aloanticorpos e 13 autoanticorpos. A prevalência geral dos anticorpos encontrados foram: anti-D 7 (5,14%), anti-E 12 (8,82%), anti-C 19 (13,97%), anti-c 5 (3,67%), anti-e 3 (2,20%), anti-Cw 2 (1,47%), anti-Vs 1 (0,73%), anti-f 1 (0,73%), anti-K 7 (5,14%), anti-Kpa 2 (1,47%), anti-Jsa 3 (2,20%), anti-Fya 3 (2,20%), anti-Jka 3 (2,20%), anti-Jkb 3 (2,20%), anti-S 4 (2,94%), anti-Dia 7 (5,14%), anti-Lua 3 (2,20%), anti-Lea 3 (2,20%), anti-Bga 1 (0,73%), alo IgG indeterminada 16 (11,76%), auto-anti-C 3 (2,20%), auto-anti-e 5 (3,67%), auto-anti-Jka 1 (0,73%), auto IgG 7 (5,14%) e autocrioaglutinina 15 (11,02%). Mensalmente, os pacientes de troca manual, realizaram em média a transfusão de 2 concentrados de hemácias, em contrapartida, os pacientes da eritrocitaférese necessitaram de 4 a 6 unidades para a realização do procedimento.

Discussão

: A taxa de aloimunização encontrada em nosso estudo (71,15%) foi maior quando comparada com estudos estrangeiros (30%-58%). Apesar do nosso número menor de pacientes, a maior taxa de sensibilização pode refletir menor compatibilidade fenotípica entre doadores de sangue e receptores deste estudo. Desconsiderando os autoanticorpos, os aloanticorpos contra os sistemas Rh e Kell foram os mais prevalentes neste estudo, em destaque para os antígenos C, E e K, estando em concordância a literatura científica, devido a alta imunogenicidade de ambos. Foi visto uma relativa prevalência do anti-Dia na população do estudo, em decorrência da presença deste antígeno com maior frequência em doadores brasileiros.

Conclusão

: Devido ao elevado número de transfusões e ao perfil pró-inflamatório de pacientes com AF, há um risco maior de aloimunização, o que explicar a maior taxa de aloimunização observada no grupo da eritrocitaférese. Portanto, a implementação de fenotipagem sorológica estendida e/ou plataformas de genotipagem para o sistemas sanguíneos Rh, Kell, Kidd, Duffy, MNS, Lutheran e Diego, é de suma importância para prevenção da aloimunização.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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