
Este estudo tem como objetivo verificar a prevalência das queixas fonoaudiológicas dos pacientes com a anemia falciforme no HEMOAM. Com os respectivos objetivos específicos: Aplicar questionário epidemiológico em pacientes diagnosticados com anemia falciforme no HEMOAM; Identificar comprometimento relacionado a fonoaudiologia em pacientes diagnosticados com a anemia falciforme de acordo com as variáveis levantadas em protocolo no HEMOAM; Estimar a prevalência das queixas fonoaudiológicas em pacientes diagnosticados com anemia falciforme no HEMOAM.
Material e métodoEstudo exploratório, observacional e transversal em que pacientes com Anemia Falciforme em tratamento no HEMOAM. Critérios de inclusão: Pacientes de ambos os sexos, com diagnóstico de AF e em tratamento no HEMOAM; Idade a partir de 6 anos; Critérios de exclusão: Pacientes com idade inferior a 6 anos; Sindrômicos ou submetidos a cirurgia de cabeça e/ou pescoço; com sonda nasoenteral e/ou traqueostomia; Fissura palatina e outras comorbidades; Outros genótipos de DF.
ResultadosAtravés da realização do questionário recrutados de 70 pacientes obtivemos os seguintes resultados. Entre as complicações mais graves como o AVC encontramos que 9% tiveram apenas 1 episódio e 81% dos pacientes, nada relataram. A respeito das alterações fonoaudiológicas, como a fala 13% tiveram alteração e 87% não tiveram. Alteração vocal 6% tiveram, 5% não apresentou alteração e 89% não fizeram a avaliação devido ao não comparecimento as consultas.
DiscussãoAlterações fonoaudiológicas obtivemos 13% dos pacientes com alterações de fala entre 6 a 16 anos sendo que, a idade observada não condiz estar dentro dos padrões de normalidade do desenvolvimento de fala e linguagem. De acordo com Boone et al. (1994), Bee et al. (1996) e Frankenburg et al. (1992) a criança a partir dos 12 meses começa a falar as primeiras palavras e com 5 anos forma frases completas e fala corretamente. Ao observamos a rotina clínica destes pacientes, estas crianças apresentaram alteração no contexto dos fatores ambientais devido a vivência diária no hospital contribuindo para a diminuição do convívio social. Alteração de voz obtivemos 6% de pacientes que indicaram um escape aéreo à fonação e outros 5% de coaptação excessiva das pregas vocais (PPVV). Tendo os resultados compatíveis no cálculo da relação s/z considerando-se a normalidade entre 0,8 e 1,2. (CHRISTMANN et al., 2013).
ConclusãoEste estudo teve como objetivo verificar a prevalência de queixas fonoaudiológicas em pacientes com AF. O acompanhamento fonoaudiológico é necessário para proporcionar um melhor tratamento multidisciplinar ao paciente, pois o presente trabalho apresenta queixas significativas. Embora a incidência de homozigotos tenha sido maior do que em outras regiões, as características de complicações clínicas dos pacientes com AF acompanhados no HEMOAM foram consistentes com as descritas no Brasil e em outras populações com AF em todo o mundo. Os resultados da relação s/z foram estatisticamente significativos a favor da faixa normal estabelecida. Assim como os resultados de fala, as crianças vivenciam fenômenos biológicos e ambientais, bem como fatores que interferem ou afetam a linguagem, na faixa etária em que o estudo encontrou alterações, observou que o fator principal foi no contexto da falta do convívio social devido a rotina diária desses pacientes.