Objetivos: Testar a associação entre sexo e IDH do município de residência com o óbito precoce por Doença Falciforme (DF) no Estado de São Paulo de 1996 a 2015. Métodos: Estudo transversal, baseado em dados secundários do Sistema de Informações de Mortalidade disponibilizados pelo Ministério da Saúde do Brasil. Foram incluídos todos os eventos de óbitos de pacientes residentes no Estado de São Paulo de 01/01/1996 a 31/12/2015 com ao menos um Código Internacional de Doenças para DF (D57.0, D57.1, D57.2, D57.3 e D57.8) em qualquer campo do atestado de óbito. A expectativa de vida na DF foi definida como 53,3 anos em mulheres e 56,5 anos em homens. Foi definido como óbito precoce todos os óbitos ocorridos antes destas idades para cada sexo e usado a regressão de Cox para a análise de sobrevida com DF. Resultados: Foram analisados 1675 registros de óbito no período. Destes, 876 eram do sexo feminino e 799 do sexo masculino. Pacientes do sexo masculino apresentaram maior risco de morrer mais precocemente quando comparados às do feminino ao longo de todo período estudado (HR = 1,3; IC95% 1,2-1,4; p < 0,001). Observou-se que em residentes de município com IDHm mais altos a velocidade de óbito é mais baixa; embora sem significância estatística (HR = 0,9; IC95% 0,7-1,0; p = 0,09). Discussão: Semelhante a outro estudo de mortalidade em DF, o sexo masculino apresentou risco de morrer mais precocemente, a razão para este achado ainda é desconhecida. Além disso quanto às condições do município, as cidades com maior IDHm podem ter maior concentração dos centros de atendimentos especializados que podem proporcionar maior facilidade de acesso à rede de saúde e à assistência especializada. Consequentemente, maior possibilidade de controle e prevenção da morbimortalidade associada a DF. Conclusão: A tendência da associação entre o menor IDHm de residência e a evidência da menor sobrevida de pacientes do sexo masculino sugere a necessidade de reforçar as ações de cuidados para portadores de DF do sexo masculino. Estudos devem ser realizadas para elucidar o motivo desta associação de risco para contribuir com o manejo da doença falciforme.
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