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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S500-S501 (Outubro 2023)
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PREDITORES DE RISCO TROMBÓTICO DE PACIENTES AMBULATORIAIS COM NEOPLASIAS MALIGNAS
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202
YAV Vivasa, EMC Medinab, ES Abreub, SM Rezendeb, DD Ribeiroa
a Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
b Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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HEMO 2023

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Introdução

Estima-se que aproximadamente 20% dos pacientes com neoplasias malignas apresentam Tromboembolismo Venoso (TEV). Assim, identificar pacientes que precisam de tromboprofilaxia é crucial, dado o aumento da morbimortalidade nessa população.

Objetivos

Avaliar a incidência de TEV, fatores de risco e a capacidade de predição dos escore Khorana e PROTECHT, em uma população de pacientes ambulatoriais, com qualquer tipo de câncer sólido ou LLC, virgens de tratamento oncológico.

Método

Estudo de coorte prospectivo em pacientes com diagnóstico recente de câncer, > 18 anos de idade, encaminhados ao serviço de Oncologia do HC-UFMG no período de julho de 2021 a agosto de 2022. Assumindo uma incidência de TEV na população de baixo risco de 0,8% e de 7,1% na de alto risco, com erro tipo I de 0,05 e poder de 80%, o tamanho mínimo da amostra foi de 147 pacientes. Foram utilizados modelos de regressão logística univariada e multivariada. As variáveis que apresentaram significância de 20% ou mais foram incluídas no modelo multivariado, que utilizou o método stepwise backward. Odds Ratios (OR) com seus Intervalos de confiança (95% IC) foram estimados. Os modelos se mostraram adequados pelo teste de Hosmer-Lemeshow e as análises foram realizadas no STATA. O tempo de segmento foi de 6 meses.

Resultados

Incluiu-se 150 pacientes, maioria mulheres (58,0%) e idade > 60 anos (51,3%). O escore Khorana foi ≥3 em 7,6%, escore PROTECHT ≥ 3 em 16,4%, tumor predominantemente em mama em 26,7%, histologia carcinoma em 46,6%, estádio IV em 36,9%, câncer metastático em 33% e 6% usaram Gencitabina. Ocorreram 10 (6,7%) eventos de TEV. Khorana ≥3 associou-se à TEV (OR = 6,9; 95% IC 1,5‒31,6; p = 0,014), predizendo 27,3% dos casos. O PROTECHT ≥ 3 também se associou ao TEV (OR = 9,8; 95% IC 2,5‒38,3; p = 0,001), predizendo o evento em 25% dos casos. À análise multivariada, histórico familiar de TEV (OR = 13,0; 95% IC 1,5‒109,3; p = 0,018;), uso de Gencitabina (OR = 43,5; IC 95% 4,1‒465,9; p = 0,002;) e presença de metástases (OR = 9,3; 95% IC 1,3‒67,6; p = 0,028) foram preditores de TEV. A presença desses 3 fatores associou-se a probabilidade de TEV de 96,40%.

Discussão

Identificamos doença metastática ao diagnóstico como fator de risco para TEV em câncer, o que corrobora com outros estudos, embora esta variável não tenham sido incluída nos escores de Khorana e PROTECHT. Este é o primeiro relato de história familiar de trombose venosa como preditor de TEV em pacientes com câncer. A Gencitabina foi preditor de TEV no nosso estudo, sendo um dos fatores de risco no escore PROTECHT, mas não no de Khorana. A incidência de TEV nesse estudo foi semelhante à da literatura (1% a 8%), assim como a predição de TEV com Khorana ≥3 e PROTECHT ≥3, em pacientes de alto risco. A principal limitação desse estudo refere-se a sua generabilidade, uma vez que foi conduzido em somente um centro.

Conclusão

O histórico familiar de TEV, o uso da Gencitabina e metástases ao diagnóstico foram preditores de trombose nesse estudo. A incidência de TEV corroborou com dados da literatura sendo mais prevalente em pacientes Khorana ≥3 e PROTECHT ≥ 3.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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