
A transmissão de doenças infecciosas pelo sangue necessita basicamente que o doador tenha o agente circulante em seu sangue, que os testes de triagem sorológica não sejam capazes de detectá-lo e que o hospedeiro seja susceptível (SANTOS, 2008). A segurança no ato transfusional é extremamente importante, pois é primordial assegurar que os receptores estejam isentos de riscos, ou que os mesmos estejam reduzidos. Para que isso ocorra, é necessário analisar o sangue doado com o devido controle da qualidade na testagem sorológica (hepatite B, hepatite C, sífilis, doença de Chagas, HIV e HTLV I e II) e imunohematológica (ALENCAR, 2019). Diante disto, justificar-se a pesquisa com intuito de traçar seu perfil e a soroprevalência dos marcadores sorológicos em um banco de sangue privado de São Luís - MA.
ObjetivosAnalisar o perfil sorológico dos doadores de sangue em um banco de sangue privado de São Luís - MA.
Material e métodosEstudo quantitativo, descritivo e transversal com todos os doadores de sangue de todas as idades e de ambos os sexos no período de 01 de julho de 2020 a 31 de julho de 2023. A coleta de dados foi feita através do relatório dos doadores com sorologia positiva, gerados em sistema eletrônico, posteriormente analisadas em planilhas do Excel e submetidas à análise estatística para comparação com a literatura.
ResultadosDo total de 5.752 doadores de sangue, dos quais 65 apresentaram sorologia positiva. Seus perfis caracterizaram-se por: 60% do sexo masculino; 55,38% na idade de 39 a 59 anos; 59% com escolaridade médio completo; 92,12% sendo doações de reposição. Dessas doações, constatou-se a reatividade sorológica de 1,13%. Dentre os resultados sorológicos positivos prevaleceram a hepatite B (63,07%) e sífilis (20%), HTLV (7,70%), HIV (6,15%) e hepatite C (3,08%).
DiscussãoCom relação aos dados obtidos, eles se assemelham-se aos de Costa (2012) que identificou em sua pesquisa uma maior reatividade sorológica no gênero masculino, logo os homens estão mais suceptíveis a doenças sexualmente transmissíveis tais como Hepatites e a outras doenças virais, e que eles se submetem aos testes de triagem na doação de sangue com o objetivo de diagnosticar tais infecções. Já para Martins (2011) 67% dos doadores de sangue com sorologia positiva, possuíam o ensino médio completo, o que se confirma com os dados dessa pesquisa. Segundo Alencar (2019) a maior frequência de soroprevalência foi para hepatite B e sífilis. A faixa etária prevalente foi entre 19 e 41 anos, o que corrobora com os dados dessa pesquisa. A triagem sorológica é de grande importância para a segurança transfusional, especialmente na coinfecção por sífilis/HIV (RIBEIRO, 2016).
ConclusãoPortanto, o estudo possibilitou determinar o perfil dos doadores de sangue com reatividade sorológica, tendo uma maior prevalência no sexo masculino, com segundo grau completo, com idades entre 39 e 59 anos, na modalidade de reposição. Com predominâcia para reatividade da Hepatite B e Sífilis. Sendo necessário então, incentivar campanhas de prevenção com foco nesses grupos com maior risco de disseminação de infecções, visando educação, conscientização em saúde e estoque de sangue mais seguros.