Objetivos: Comparar o perfil sorológico de doadores de sangue (DS) com candidatos a doação de plasma convalescente (PC) da COVID-19. Avaliar entre os candidatos a doação de PC a presença de anticorpos para SARS-CoV-2 da classe IgG. Material e métodos: Estudo observacional, prospectivo, sem intervenção, realizado no HEMOGO, no período de 23/06 a 31/07 de 2020. Foram comparados os dados sorológicos, das hepatites B e C, HIV, HTLV 1 e 2, Doença de Chagas e Sífilis realizados por quimioluminescência, entre os doadores de sangue e os doadores de PC. Dos candidatos à doação de plasma convalescente foi avaliado em coleta única os níveis de IgG (quimioluminescência), após a assinatura do termo de consentimento. Resultados: Durante o período do estudo, foram atendidos 1735 DS e 135 doadores de PC. Dentre os DS 54,2% eram do sexo masculino e 45,8% do sexo feminino. Já entre os doadores de PC 72,1% eram do sexo masculino, enquanto 27,8% do sexo feminino. A taxa de inaptidão clínica dos DS e de PC foi semelhante (22,4% vs 27,4%, respectivamente) (p = 0,18), e a de inaptidão sorológica (3,6% nos DS e 5,1% nos PC) (p = 0,43). Entre os doadores de PC aptos na triagem clínica, 5,1% apresentaram sorologia reagente para um dos parâmetros e 31,63% apresentaram resultados de IgG para COVID-19 não reagente. Comparando a gravidade dos sintomas dos candidatos à doação de PC (n = 98) e o valor encontrado de IgG, observamos que os sujeitos que apresentaram sintomatologia moderada e grave, apresentaram níveis mais elevados de IgG, com mediana de 4,89 (DP: 1,94) para os moderados e de 6,95 (DP: 0,71) para os graves (p < 0,001). Tal comparação não se estabeleceu entre os candidatos com sintomatologia leve ou os assintomáticos (mediana de 3,02 – DP: 2,6 e 0,29 – DP: 2,54, respectivamente). Discussão: Os perfis de inaptidão clínica e sorológica dos candidatos a doação de sangue e de PC mostrou-se semelhante nesse estudo, apesar dos critérios mais restritivos para a doação de PC, como idade entre 18 e 60 anos, a exigência de nuliparidade para as mulheres, peso acima de 65 kg, estar assintomático para COVID-19 há pelo menos 14 dias. A maior incidência de doadores do sexo masculino dentre os candidatos a doação de PC deve-se, provavelmente, a restrição de gestação prévia, critério esse que já era avaliado antes do agendamento para a triagem clínica. É incerto o comportamento imune dos níveis de anticorpos IgG da COVID-19, necessários para conferir imunidade ao paciente acometido pela doença e assim como sua correlação com a gravidade dos sintomas. Alguns autores advogam que nas formas graves, o estímulo imune foi maior, e portanto, ocorre maior produção de imunoglobulinas. Na nossa amostra, evidenciamos que os pacientes que apresentaram as formas mais graves, apresentaram níveis mais elevados de IgG. Conclusão: Diante de uma doença ainda desconhecida, várias questões devem ser discutidas, e a avaliação sorológica para SARS-CoV-2 de doadores de PC pode ser uma importante ferramenta na elucidação dessas questões, principalmente com a análise seriada dos títulos desses anticorpos.
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