HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA sífilis permanece como um relevante problema de saúde pública no Brasil e em diversos países, mesmo diante dos avanços diagnósticos e terapêuticos. No contexto da hemoterapia, a triagem sorológica para sífilis é obrigatória e desempenha papel fundamental na garantia da segurança transfusional. A detecção de casos entre doadores de sangue pode oferecer importantes subsídios para a compreensão da dinâmica epidemiológica da infecção na população geral. Ademais, a identificação de características sociodemográficas nessa população específica pode orientar o aprimoramento de estratégias de prevenção, rastreamento e controle da doença.
ObjetivosAnalisar os fatores sociodemográficos associados à presença de sorologia reagente para sífilis em candidatos à doação de sangue atendidos pelo Hemocentro localizado no Estado de São Paulo.
Material e métodosTrata-se de um estudo retrospectivo, com análise de 2.069.792 cadastros de candidatos à doação de sangue no período no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2020. Todas as amostras foram submetidas a triagem sorológica para sífilis por teste não treponêmico Reagina Plasmática Rápida (RPR) e para a confirmação dos casos, utilizou-se um teste treponêmico específico, o FTA-ABS (Fluorescent Treponemal Antibody Absorption Test). A análise de prevalência foi feita no software SPSS versão 29.0. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, conforme parecer consubstanciado CAAE: 40623120.9.3001.5515.
ResultadosNo período analisado, foram coletadas bolsas de 2.069.792 doadores, destes, um total de 4.397 (%) apresentaram sorologia reagente para sífilis. Destas, 2752 (62,6%) eram do sexo masculino, 2765 (62,9%) declararam apresentar cor da pele branca, 2507(57%) eram doadores de primeira vez, 1360(30,9%) tinha entre 20 e 29 anos, 3158(71,8%) possuíam ensino fundamental completo ou incompleto, 1808(41,1%) era casado e 1762(40,1%) era solteiro. Em contrapartida, os menores percentuais de sífilis reagente foram observados em mulheres(37,4%), asiáticas(0,43%), doadores de repetição(9,4%), com idade acima de 60 anos(2,0%), sem escolaridade (0,8%) viúvos (1,8%).
Discussão e conclusãoOs resultados mostram que a soropositividade para sífilis entre candidatos à doação está associada a características sociodemográficas, com maior prevalência entre homens brancos, doadores de primeira vez, adultos de 20-29 anos, com ensino fundamental e casados ou solteiros. Os menores percentuais foram observados entre mulheres, asiáticos, doadores de repetição, idosos e viúvos. Esses achados reforçam a importância do aprimoramento da triagem clínica e educação em saúde para grupos vulneráveis, visando a segurança transfusional e o enfrentamento da sífilis.




