
O objetivo deste estudo é, por meio de uma revisão de literatura, analisar e discutir as principais alterações hematológicas observadas em pacientes portadores de HIV. Serão destacadas tanto as alterações clínicas quanto a necessidade de um monitoramento regular e mais rigoroso desse grupo, dada a sua vulnerabilidade a complicações.
MétodosEsta revisão literária foi realizada com base na análise de artigos publicados entre os anos de 2017 e 2021, todos redigidos na língua inglesa, e obtidos a partir da base de dados PubMed. Para a busca, foram utilizadas as palavras-chave “Anemia”, “HIV” e “Hematological”.
ResultadosA infecção pelo HIV compromete significativamente o sistema imunológico, deixando os portadores suscetíveis a infecções oportunistas e a diversas alterações laboratoriais. As principais anormalidades hematológicas observadas em pacientes HIV-positivos incluem anemia, citopenia e trombocitopenia. Estima-se que cerca de 50% dos pacientes em estágios avançados da infecção apresentem níveis de hemoglobina baixos, que estão frequentemente associados à resposta inflamatória e à toxicidade dos antirretrovirais utilizados no tratamento. Além disso, o HIV é considerado uma condição pró-trombótica, aumentando o risco de tromboembolismo venoso (TEV) e levando a desequilíbrios nos fatores de coagulação. Por isso, a vigilância para TEV e citopenias em pacientes HIV-positivos torna-se crucial.
DiscussãoNos pacientes portadores de HIV, a contagem de linfócitos TCD4+ emerge como um indicador vital da resposta imunológica. A redução na contagem desses linfócitos está diretamente relacionada com alterações hematológicas, como anemia, leucopenia e trombocitopenia, que contribuem para o surgimento de doenças oportunistas e complicações. Portanto, é imperativo aumentar a monitorização periódica do perfil hematológico em clínicas que atendem pacientes HIV+, o que pode ajudar na redução de complicações hematológicas e facilitar um tratamento mais precoce e direcionado. Além disso, a avaliação regular dos parâmetros hematológicos é fundamental para a adequação das terapias antirretrovirais. Fatores socioeconômicos e demográficos, como nível educacional e qualidade de vida, também influenciam a gravidade das alterações hematológicas em pacientes HIV positivos, comprometendo a eficácia do tratamento. Portanto, é necessária uma abordagem que considere aspectos clínicos e sociais a fim de otimizar o cuidado e promover a saúde desses pacientes.
ConclusãoAs anomalias hematológicas associadas ao HIV são frequentes e têm um impacto significativo na saúde dos pacientes, prejudicando a resposta ao tratamento. Fatores como deficiências hematínicas, efeitos adversos dos medicamentos e infiltração da medula óssea devem ser cuidadosamente considerados na avaliação clínica. A terapia antirretroviral (HAART) é crucial, mas o manejo clínico deve ser adaptado às complicações específicas apresentadas por cada paciente. É vital que futuras pesquisas se concentrem em estratégias que visem mitigar essas complicações e melhorar os desfechos clínicos em populações vulneráveis, promovendo uma abordagem mais holística e integrada no cuidado dos pacientes portadores de HIV.