
Os antígenos ABO podem ser detectados nos glóbulos vermelhos de embriões logo a partir das 5 a 6 semanas de gestação. O anti-A e o anti-B não estão presentes ao nascer, se estiverem presentes, são de origem materna. A síntese endógena de anti-A e anti-B pode desenvolver-se logo a partir dos 3 a 6 meses de idade, com quase todas as crianças a apresentarem as isohemaglutininas adequadas nos seus soros ao 1 ano de idade. Anticorpos ABO de título elevado podem estar presentes em mulheres multíparas do grupo O. O anti-D continua a ser uma das principais causas de Doença Hemolitica Perinatal (DHPN). O elevado risco de imunização anti-D, o impacto da aloimunização em mulheres RHD negativas com potencial para engravidar, e o risco significativo de dano a um feto RHD positivo fazem com que a compatibilidade do antígeno D seja uma prática de rotina na medicina transfusional. Outros antígenos de sistemas sanguíneos são classificados em conjunto nos grupos de baixa ou alta prevalência da maioria das grandes populações. No entanto, o aspecto mais importante dos antígenos de grupo sanguíneo na medicina transfusional é se os seus anticorpos correspondentes são clinicamente significativos e, portanto, têm o potencial para causar reações transfusionais hemolíticas e DHPN. O objetivo do estudo é determinar o perfil de Recém-Nascidos (RN) com resultados de Teste de Antiglobulina Direto Negativo (TAD) e Eluato Positivo em um hospital de uma cidade do interior de São Paulo.
MétodoFoi realizado levantamento de dados retrospectivos em sistema informatizado dos testes realizados no período de 04/2020 à 07/2023. Foram avaliados 2.025 resultados de Rotina maternidade, para verificar a frequência de RNs com resultados TAD Negativo e Eluato Positivo. Os testes de Eluato de RNs com TAD, foram realizados nos casos, em que obtiveram discrepância ABO (Mães com Tipagem ABO = O) ou Rh (Mães com Tipagem RhD = Negativo) das Mães com os RNs.
ResultadosDe 2.025 amostras avaliadas, realizou-se 308 Testes de Eluato distribuídos da seguinte forma: De 68 amostras (3,36% do total de amostras testadas) apresentaram TAD Positivo com Eluato Positivo. De 240 amostras (11,85% do total de amostras testadas) com TAD Negativo, onde 99 amostras (41,25%) resultaram em Eluato Positivo e 141 amostras (58,75%) resultaram em Eluato Negativo. Somando as 68 amostras com TAD e Eluato Positivo e as 99 amostras com TAD Negativo e Eluato Positivo resulta em 167 Testes de Eluatos Positivos sendo 8,25% do total de amostras testadas.
DiscussãoO estudo demonstrou que a porcentagem de TAD Negativo e Eluato Positivo apresentou quantidade significativa considerando o auxílio do teste na investigação de DHPN por incompatibilidade sanguínea.
ConclusãoA realização do Teste de Eluato se faz necessária também em casos de TAD Negativo, pois o número de amostras com TAD Negativo e Eluato Positivo foi maior que as amostras com TAD e Eluato Positivo.