Introdução: O voto de autoexclusão é uma ferramenta que foi criada com o objetivo de aumentar a segurança transfusional. Trata-se de um voto do doador realizado após a triagem clinica, onde ele tem a última oportunidade de definir confidencialmente se seu sangue pode ser considerado seguro ou não para a transfusão. Doadores que não se sentem à vontade para relatar esse risco na triagem clínica, informam pelo voto a inadequação do sangue ao serviço de hemoterapia, que descartará o hemocomponente. É uma medida para reduzir ainda mais o risco de infecção por sorologia reagente de doadores com comportamento de alto risco e aumentar a segurança transfusional. No Brasil, o uso dessa ferramenta tornou-se obrigatório com a publicação da RDC 343, de 13 de dezembro de 2002, no entanto essa obrigatoriedade foi suspensa pela RDC 57, de 16 de dezembro de 2010, que diz que o serviço de hemoterapia pode ou não oferecer essa oportunidade ao doador. Objetivos: Determinar a prevalência do voto de autoexclusão nos doadores da Colsan, levantar o perfil desses doadores e verificar a prevalência dos testes sorológicos positivos. Material e métodos: Foi realizado estudo retrospectivo das informações dos doadores de sangue triados pelo laboratório de sorologia da COLSAN no período de 01 de janeiro de 2016 a 31 de dezembro de 2019. Os dados foram coletados de relatórios emitidos pelo sistema informatizado utilizado na Instituição (Hemosys) e analisados no Excel. Resultados: Nos anos analisados foram realizadas 630.446 doações de sangue, sendo que desses doadores, 1,03% se autoexcluíram. A faixa etária predominante é de doadores de 20 a 39 anos (49,97%) e quanto ao gênero verificou-se que a maior frequência foi nos doadores do sexo masculino (66,50%). A raça mais frequente é de caucasianos (85,82%) e a escolaridade demonstra que a maioria possuía ensino médio completo (47,03%). Com relação ao tipo de doação, identificou-se um número maior nos doadores de retorno (57,38%) e 4,74% das doações apresentaram resultado reagente. O parâmetro com maior descarte foi Sífilis (44,48%) seguido de Anti-HBc (35,71%) e o menor descarte foi HBsAg (2,27%). Discussão e conclusão: A taxa de doadores que se autoexcluíram é compatível com os dados observados em países em desenvolvimento (acima de 1%). A faixa etária, o gênero e a raça mais frequentes nesses doadores são compatíveis com os dados dos doadores de sangue da instituição. A média do descarte sorológico nos doadores da instituição no período analisado foi de 2,43%, sendo 2,31% menor que o descarte nos doadores que se autoexcluíram, por isso o voto de autoexclusão pode ser considerado uma ferramenta útil para a triagem de doadores de sangue.
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