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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1086-S1087 (outubro 2024)
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E DISTRIBUIÇÃO DE MIELOMA NAS REGIÕES BRASILEIRAS DE ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2024
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DS Medeiros, LGFB Lima, MHF Nascimento
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Analisar o perfil epidemiológico do Mieloma Múltiplo no Brasil no período de 2013 a 2024, por meio da análise de parâmetros disponibilizados pela plataforma virtual TabNet, disponibilizado no Painel Oncologia. Essa análise pode ter como desfecho o melhor alocamento de recursos para o enfrentamento dessa enfermidade.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo observacional, quantitativo, retrospectivo e analítico que examina a distribuição dos casos de Mieloma Múltiplo no Brasil. A avaliação foi baseada em parâmetros como tempo de tratamento, distribuição por região, número de casos por sexo e faixa etária, utilizando a plataforma TabNet, uma ferramenta desenvolvida pelo DATASUS para tabulação de informações a partir dos dados do Sistema Único de Saúde (SUS). Foram analisados dados de 36.307 pacientes diagnosticados com Mieloma Múltiplo no período de janeiro de 2013 a julho de 2024.

Resultados

No últimos onze anos no Brasil foram contabilizados 36.307 novos casos de mieloma múltiplo, sendo o ano de 2022 aquele com maior número de novos casos, somando 4.597 pacientes atingidos por essa enfermidade durante esse ano. Quando se faz a divisão entre as regiões do País, o sudeste apresenta o maior número de novos casos entre os últimos onze anos, chegando a um total de 17.248 casos. Em seguida, a região nordeste aparece logo atrás, com um total de 8.418 diagnósticos, depois a região Sul ( 6.653), seguida do Centro Oeste (2.602), por último o Norte do país (1.376). Até julho de 2024, foram contabilizados 1.045 novos casos, sendo predominante, novamente, na região sudeste com 487 novos diagnósticos. Acerca da distribuição entre os sexos, a doença prevalece entre os homens, com uma frequência de 19.091 casos, contra 17.216 mulheres com a enfermidade. Entre as faixas etárias analisadas, percebe-se uma prevalência maior na população com idades entre 65 a 69 anos, com 6.075 casos. Por fim, os pacientes com início de tratamento até 30 dias após o diagnóstico prevalece entre os analisados, com um número de 16.113 casos. Vale salientar que 4.836 pacientes não tinham informações sobre o tratamento e 9.084 tiveram que esperar por mais de 60 dias para começar a se tratar.

Discussão

No que se refere a distribuição dos casos entre as regiões do País, as variações nos números podem ser atribuídas a diversos fatores, como: a dificuldade na identificação precoce dos sintomas da doença, o acesso limitado aos serviços de saúde e aos exames diagnósticos, a desigualdade na distribuição dos serviços de oncologia entre as regiões, bem como há uma distribuição proporcional a quantidade de pessoas em cada região. Outro ponto, a distribuição maior entre homens idosos, está de acordo com o que há na literatura sobre a epidemiologia da doença. Acerca do início do tratamento, os dados encontrados estão de acordo com o que é preconizado na literatura de se iniciar o mais rapidamente o tratamento entre os sintomáticos.

Conclusão

Desse modo, essa análise epidemiológica fornece um parâmetro geral de como se comporta o Mieloma Múltiplo no Brasil, sendo encontrada uma conformidade no que há relatado mundialmente e na literatura. Também fornece subsídios para que seja destinado recursos para o tratamento da doença. Deve-se salientar que esse estudo apresenta limitações por apenas conter dados do Sistema Público de Saúde, a qual não há auditoria consistente dos dados, havendo uma possível subnotificação e a ausência de diferenciação entre casos agudos e crônicos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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