
Analisar o perfil dos indivíduos que apresentam reações adversas após a doação de sangue.
Material e métodosPesquisa descritiva e retrospectiva realizada a partir de dados coletados da Associação Beneficente de Coleta de Sangue (COLSAN). Para esta pesquisa, as informações a respeito dos doadores de sangue foram tabuladas de acordo com o número total de bolsas coletadas entre janeiro de 2016 e dezembro de 2020 na cidade de São Paulo, contendo informações sobre sexo e tipo de doação. As reações adversas descritas foram divididas em grau I ou II. Não necessitando de procedimentos éticos em pesquisa, pois não envolveu diretamente seres humanos, tratando-se de estudo secundário.
ResultadosOs dados analisados foram dos anos de 2017 a 2020, as reações adversas relatadas ficaram, em média, 1,08% dos doadores. Os dados comprovaram maior incidência de reações em pacientes do sexo feminino, aproximadamente 64,37%, e doadores de primeira vez, 59,45% dos doadores com reações. A fim de prevenir e assegurar todos os processos foi estabelecido alguns procedimentos, caracterizados como hemovigilância.
DiscussãoOs principais fatores associados ao aumento da frequência das reações adversas são: baixo peso do doador, primeira doação, sexo feminino, pressão arterial diastólica baixa ou sistólica alta, taquicardia, fadiga, história de reação prévia, paciente muito quieto ou muito agitado, local de coleta muito cheio ou barulhento. Referente à reação vasovagal, esta é secundária à ativação do sistema nervoso autônomo, e o volume e a velocidade do sangue retirado bem como fatores psicológicos podem contribuir para sua ocorrência. Essa reação pode desencadear ansiedade, ou seja, agitação intensa, podendo desencadear frequência cardíaca elevada, hiperventilação, sudorese, sensação de cansaço e até mesmo a necessidade de eliminação de gás carbônico devido a movimentos respiratórios rápidos e superficiais que favorecem a saída de dióxido de carbono, reduzindo sua concentração plasmática, o que também pode implicar redução dos níveis de cálcio ionizado no plasma, provocando hiperexcitabilidade neuromuscular. Esta situação pode ser percebida quando há relatos de parestesias em membros inferiores, superiores ou região peri-oral.
ConclusãoEmbora a maioria dos doadores não apresentem nenhuma reação adversa durante ou após a coleta, em detrimento aos mecanismos compensatórios fisiológicos que se iniciam concomitantemente com o procedimento, alguns doadores podem apresentar reações e, por isso, torna-se extremamente necessário a elaboração de medidas para a segurança e conforto do doador, como por exemplo, o esclarecimento do procedimento, informações de efeitos adversos que tenham acontecido nas diferentes etapas, uma adequada triagem clínica, um local higienizado, confortável e tranquilo para coleta e profissionais da área da saúde competentes e instruídos para lidar com qualquer complicação que venha a ocorrer.